Próxima assembleia da OEA pode marcar volta de Cuba à organização

11/05/2009 - 21h45

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No que depender da disposição do governo hondurenho, a próximaAssembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) será ummarco na transformação das relações continentais. E poderá marcar oretorno de Cuba – expulsa em 1962, após a revolução, a ilha é o únicopaís americano que não integra a organização."A Assembleia da OEA deve superar e consolidar o diálogo de Trinidad e Tobago [durante a Cúpula das Américas, em abril],sobretudo quanto à necessidade de encontrar caminhos em direção a ummelhor entendimento continental e deixar para os piores momentos docontinente os temas que excluíram um país irmão de um conclavecontinental: Cuba”, afirmou hoje (11), em Brasília, a ministra das Relações Exteriores deHonduras, Patrícia Isabel Rodas, após encontro com o chanceler CelsoAmorim.PatríciaRodas veio justamente trocar “impressões e opiniões” sobre a 39ª Assembleia Geral da OEA, que será realizada na cidade hondurenha de São PedroSula, Honduras, nos dias 2 e 3 de junho. “Chegamosà conclusão de que é o momento de construir o futuro e, para isso,estamos fortalecendo e intensificando o diálogo político entre nossospovos e destruindo o lastro do passado para não estarmos condenados aseguir arrastando correntes como fantasmas que já não são úteis, quenão servem ao continente e ao desenvolvimento de nossos povos”,reiterou a ministra, referindo-se ao embargo imposto pelos Estados Unidos a Cubahá quase 50 anos.Segundo a chanceler de Honduras, a questão deCuba está “funcionalmente resolvida”, uma vez que todos os países docontinente – menos os Estados Unidos – mantêm relações comerciais,diplomáticas e de cooperação consolidadas com a ilha.Apesar da disposição de reintegrar Cuba à OEA, durante a cúpula da Costa do Sauípe, em dezembro passado,o presidente cubano, Raúl Castro, disse que seu país não tem interesseem retornar à organização e chegou a propor a criação de uma novainstituição representativa da região. “Não podemos, com ou semamericanos, ingressar na OEA. Essa sigla deve desaparecer. Respeitamosvocês que seguem pertencendo à OEA, mas nós pertenceremos ao Grupo doRio”, disse Castro na cerimônia de adesão de Cuba ao Grupo do Rio.