Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A construção de seisusinas hidrelétricas no Peru poderão receberfinanciamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES). Por enquanto, a instituição vai apenasconsiderar a possibilidade de apoiar a construção dasusinas. Segundo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, por ora,existem somente notícias da existência de um processo denegociação.“É preciso que essesprocessos sejam concluídos, que as usinas sejam licitadas e,eventualmente, fornecedores brasileiros possam participar daconstrução e da oferta de bens de capital para que issopossa gerar uma demanda sobre o BNDES. Quando acontecer tudo isso,nós iremos considerar, sim, apoiar”, disse.A carteira do BNDES em projetosaprovados, em análise e em perspectiva para a Américado Sul supera US$ 12 bilhões, envolvendo a exportaçãode serviços. Como o Peru tem uma boa classificaçãode risco, Coutinho afirmou que “certamente, consideraremos [apossibilidade de apoio], no momento oportuno”.Em relação aofinanciamento no valor de US$ 700 milhões para a venda de 20aeronaves da Embraer para o governo argentino, o presidente do BNDESexplicou que a operação ainda se acha em fase denegociação comercial. O financiamento foi aprovado peloComitê de Financiamento e Garantia das Exportações(Cofig) e pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). Luciano Coutinho disse nãotemer nenhum calote da Argentina. “A Argentina tem reservas de US$45 bilhões, superávit em conta corrente e fiscal”,afirmou. Por isso, analisou que não há nenhuma razãofundamental para que o banco se preocupe com a economia argentina. O presidente do BNDES lembrou que asoperações de exportações de serviços,onde se inclui a possibilidade de financiamento para a compra deaviões da Embraer, são garantidas pelo Fundo Garantidorde Exportações (FGE) e regidas pelo mecanismo decooperação dos bancos centrais da região latina,chamado CCR (Convênio de Créditos Recíprocos).
“Esse mecanismoexiste há mais de 30 ou 40 anos e nunca permitiu nenhum tipode default (inadimplência) no relacionamento dos paísesque são signatários do convênio, no âmbitoda Associação Latino-Americana de Integração(Aladi). Então, nós temos tranqüilidade, desde queessas condições sejam observadas”, afirmou.