Banco Central reduz taxa de juros para 10,25% ao ano

29/04/2009 - 20h45

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros em 1 ponto percentual. Com isso, a Selic cai de 11, 25% para 10,25%. Em nota distribuída após a reunião, os diretores da instituição justificaram que "avaliando o cenário macroeconômico e visando ampliar o processo de distensão monetária, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 10,25% ao ano, sem viés, por unanimidade".A taxa de 10,25% ao ano é o menor nível já estabelecido pelo Copom desde dezembro de 1997. A redução de hoje foi terceira realizada neste ano. O BC manteve os juros em 13,75% de setembro de 2008 a janeiro passado, à espera de uma definição do cenário econômico afetado pela crise mundial. Na próxima semana, o Banco Central divulga a ata da reunião de hoje para explicar os motivos que levaram à decisão. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan)lamentou o menor ritmo de queda da taxa básica. Os juros caíram 1,5pontopercentual na reunião anterior do Copom, em 11 de março último, e hojebaixaram 1 pontoapenas."A decisão de reduzir o ritmo de queda da Selic é inconsistente com as condições da economia brasileira.É fundamental que sejam reduzidos os efeitos dacrise sobre a sociedade,principalmente através da redução do custo do crédito", diz a nota daFirjan.A Força Sindical afirmouque o Copom poderia ter sido mais ousado: "Um pouco maisde ousadia traria enormes benefícios para o setor produtivo, que geraemprego e renda e anseia há tempos pelo crescimento expressivo daeconomia", diz nota da entidade.Para o presidente da Confederação Nacional das Indústrias(CNI), Armando Monteiro Neto, a decisão ficou aquém das expectativas. "O atual ciclo recessivo da economia exigeum corte mais substancial da Selic, mesmo porque a taxa de inflação noacumulado em 12 meses se encontra em trajetória cadente.”Segundoa CNI, a queda de 1 ponto percentual atrasa o processo de recuperação da atividadeeconômica, pois os indicadores mostram que a crise financeirainternacional ainda está longe de uma solução.O economista Fabio Silveira, sócio-diretor da RC Consultoria, disse que o Banco Central faz uma leitura incorreta dos indicadoreseconômicos. "Eles estão mais preocupados com os juros do que com arecessão que poderá vir. Com este percentual, o Brasil poderá entrarnuma recessão sem necessidade", pontuou.