PF nega motivação política na Operação Castelo de Areia

31/03/2009 - 14h29

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Por meio de uma nota à imprensa, a Polícia Federal negou hoje (31) que a Operação Castelo de Areia tenha sido deflagrada com motivação política. Segundo o texto, o objetivo principal da operação é investigar crimes financeiros e lavagem de dinheiro.Dez pessoas foram presas na semana passada na Operação Castelo de Areia, acusadas de fazer parte de um esquema de remessa ilegal de dinheiro para o exterior. Entre elas, quatro diretores e duas secretárias da construtora Camargo Corrêa, todos soltos no último sábado. Durante as investigações, a Polícia Federal também encontrou indícios de superfaturamento em obras públicas e doações ilegais a partidos políticos e parlamentares.O delegado responsável pela operação, cujo nome não foi divulgado pela PF, afirmou em sua representação que as conversas monitoradas durante a investigação “não falam especificamente de um ou outro partido, mas de vários deles, portanto, sem indícios de favorecimento dirigido”.Ainda segundo o delegado, muitas das doações do grupo Camargo Corrêa a partidos políticos podem ter sido feitas legalmente, mas as conversas telefônicas monitoradas “levam a crer que haja também um esquema fraudulento de financiamento”. Para tentar comprovar se as doações aos partidos políticos e parlamentares foram ou não legais, a PF deverá confrontar as doações que foram mencionadas nos áudios captados durante a operação com as que foram registradas pelos partidos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).“Portanto, para podermos comprovar documentalmente eventual financiamento ilícito de campanhas políticas faz-se mister oficiar o TSE”, diz a nota da PF.