Lula defende medidas para evitar que crise vire "terremoto social e político"

31/03/2009 - 14h32

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (31), aodiscursar na 2ª Cúpula América do Sul-PaísesÁrabes, em Doha, capital do Catar, que os países dasduas regiões devem propor na reunião do G20 (grupo dospaíses em desenvolvimento) medidas para evitar que a crisefinanceira resulte em um “terremoto social e político”.“Em poucos dias, chefes de Estado se reúnem emLondres para enfrentar uma crise econômica sem precedentes emmuitas décadas. O mundo estará atento, sim, para saberse a América do Sul e os países árabes serãocapazes de propor medidas que evitem que uma crise financeira setransforme em um terremoto social e político”, disse Lula,referindo-se à reunião do G20, quinta-feira (2), nacapital britânica.

Tambémem referência às discussões do G20, o presidenteafirmou que a regulação e transparência dasoperações financeiras devem servir de “bússolapara os novos tempos” e que os organismos multilaterais precisamser capazes de dinamizar o comércio mundial e reativar osinvestimentos. Para ele, nenhum país conseguirásuperar a crise com ações isoladas, sem solidariedade eespírito de cooperação. Lula ressaltou que asmedidas de estímulo às economias não devemresultar em práticas protecionistas que, segundo ele,agravariam as turbulências da crise, provocando uma espéciede “efeito dominó, difícil de reverter”. Luladefendeu a conclusão da Rodada Doha da OrganizaçãoMundial do Comércio como instrumento que garanta aos paísesagrícolas pobres a possibilidade de fazer do comércioum motor de desenvolvimento. De acordo com o presidente, umareforma dos organismos internacionais é necessária paraque se construa uma arquitetura global mais justa. “Apenas assim ospaíses que mais contribuíram para a crise financeira,para a degradação do meio ambiente, para odesequilíbrio no comércio e para a insegurançacoletiva assumirão suas responsabilidades, somente assim ospaíses em desenvolvimento terão voz e representaçãoadequadas.”