Família cria Instituto Vladimir Herzog para preservar memória do jornalista

31/03/2009 - 7h46

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No próximodia 26 de junho, na Cinemateca de São Paulo (SP) serálançado o Instituto Vladimir Herzog, uma iniciativa da famíliado jornalista, com apoio de mais de uma dezena de instituições.“Vlado” faria 72 anos no dia 27 de junho, se não tivesse sidoassassinado em outubro de 1975 nos porões do DOI-Codi(Destacamento de Operações de Informações- Centro de Operações de Defesa Interna).

O instituto terá comomissão organizar o acervo de documentos, textos e fotos deVladimir Herzog que, além de jornalista, era fotógrafo,cineasta e professor da Escola de Comunicação e Artesda Universidade de São Paulo (ECA/USP). A FundaçãoPadre Anchieta, mantenedora da TV Cultura de São Paulo, onde ojornalista atuou como diretor, doou parte do material que ficarádisponível para pesquisa e consulta.

Além de perpetuar a memóriade Herzog, o instituto discutirá os caminhos dojornalismo atual. “A imprensa é a história do hoje.Ela reporta o que está acontecendo agora. E tem o papel desuprir informações que faltam à sociedade”,diz Ivo Herzog, filho de Vladimir, contando que o instituto querfomentar a discussão sobre a produção danotícia, a vida nas redações e a atividade dosjornalistas.

Juntamente com o Sindicato dosJornalistas (SP), o novo instituto será responsávelpelo Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e DireitosHumanos, instituído em 1979. As próximas ediçõesdo prêmio passarão a reconhecer as reportagens quetratem dos “direitos humanos intangíveis”, anuncia IvoHerzog, explicando o objetivo de estimular as reportagens que mostremcomo a corrupção e o mau uso do dinheiro público,por exemplo, prejudicam os direitos humanos.