Força Nacional terá grupo para combater crimes ambientais

02/03/2009 - 21h28

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cinquentahomens da Força Nacional de Segurança (FSN) começaramhoje (2) o treinamento especial para atuação específicana repressão a crimes ambientais. A chamada Guarda NacionalAmbiental deve contar com mais 350 homens até o fim do ano.O anúncio foi feito hoje (2) pelos ministros da Justiça,Tarso Genro, e do Meio Ambiente, Carlos Minc, que assinaram portariaque cria o Comitê Interministerial de Combate aos CrimesAmbientais.

Alémdo contingente policial específico, a atuação daForça Nacional de Segurança em açõesambientais também foi modificada. A partir de agora, oInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis (Ibama) e a Polícia Federal poderãoconvocar o auxílio da FNS em ações de combate acrimes ambientais. Atualmente,a participação da FNS depende de pedido dos governadores dos estados.

“Houvecasos em que nós queríamos convocar a ForçaNacional e não podíamos fazê-lo”, lembrou Mincao citar o incêndio da sede do Ibama em Paragominas (PA) no fimde 2008, promovido por madeireiros da região.

Osecretário nacional de Segurança Pública,Ricardo Balestreri, não acredita que a mudança naconvocação possa gerar conflitos com as forçaspoliciais dos estados. “Sempre que a Polícia Federalrequisitar o apoio vai fazê-lo no contexto das suasatribuições, para isso não necessitamos licençados governos estaduais. Quando a PF está atuando dentro do seuâmbito legal de atuação, tem todo o direito derequisitar o apoio da Força [FSN]”, disse.

Minccomparou a parceria entre o Meio Ambiente e a Justiça no combate aos crimesambientais a um “Copom [Comitê de Política Monetária] do desmatamento”, em referência aocomitê do Banco Central que define a política monetária.“Antes havia integração, mas não haviaformalização. Estamos trazendo as questões demeio ambiente para o núcleo de decisões do governo,antes eram questões secundárias”, afirmou.

Naavaliação do ministro, os criminosos ambientais aindaprecisam “sentir a mão pesada” da Justiça, do Ibamae da Polícia Federal. “Os mesmos que assassinaram ChicoMendes continuam com a arma da impunidade ambiental”, disse.