Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Integrantes de movimentos sociais que ocupam 20 fazendas no Pontal do Paranapanema, região oeste do estado de São Paulo, estão reunidos para decidir a permanência ou não nas áreas ocupadas desde o último dia 22. O governo do estado anunciou que não vai dialogar com os movimentos enquanto houver ocupações, e desmarcou uma reunião com os trabalhadores rurais agendada para amanhã (26). Segundo Sergio Pantaleão, coordenador dos sem-terra, os movimentos podem deliberar, inclusive, por novas ocupações. Cerca de duas mil famílias do Movimento dos Agricultores Sem Terra (Mast),do Movimento Unidos pela Terra e do Movimento dos Trabalhadores RuraisSem Terra (MST), ligados a José Rainha, participam da ação que seestende por 14 municípios, entre eles, Rancharia, Presidente Prudente eDracena.A ação dos movimentos na região, de acordo com o coordenador, está sendo feita para pressionar o governo a aumentar a arrecadação de áreas destinadas ao assentamento de famílias no Pontal e a acelerar o processo de reforma agrária. Os movimentos acusam o Instituto de Terras de São Paulo (Itesp), vinculado à Secretaria de Justiça do estado, de morosidade na desapropriação de terras para a reforma agrária no Pontal.“Nós buscamos o diálogo com o secretário [de Justiça, Luiz Antonio Marrey] há dois anos; o secretário em nenhum momento nos atendeu. A partir do momento que a gente, na semana passada, denunciamos a morosidade do órgão [Itesp] e que a gente anunciou as ocupações, o secretário propôs uma reunião por coincidência um dia depois do carnaval, porque nós anunciamos as ocupações na semana do carnaval”, disse Pantaleão, em entrevista a Agência Brasil.Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Justiça informou que o secretário, nos últimos dois anos, reuniu-se diversas vezes com movimentos sociais para tratar do tema reforma agrária. Também afirmou que a reunião marcada para amanhã (25) foi solicitada pelos movimentos sociais e agendada há 30 dias.