Da Agência Brasil
Brasília - Oadvogado de Paula Oliveira, brasileira que disse ter sido agredidapor neonazistas na Suíça, afirmou hoje (25) que aconfissão feita por sua cliente à polícia no dia13 de fevereiro, quando admitiu ter feito os ferimentos em seucorpo, não pode ser usada como prova no inquéritoaberto contra ela. As informações são da BBCBrasil.
Na últimaterça-feira (17), a Promotoria Pública de Justiçade Zurique indiciou a brasileira por falso testemunho e proibiu queela saia do país. De acordo com um comunicado divulgado peloórgão, Paula é “suspeita de induzir asautoridades ao erro”.
"Osdepoimentos de Paula foram todos protocolados, mas nosso CódigoPenal prevê que apenas um depoimento perante o promotor deJustiça, com a presença de um advogado, tem a validade deuma prova. E ainda não houve depoimento à Promotoria",afirmou Roger Müller.
Segundo oadvogado, Paula ainda mantém a primeira versão que apresentouà polícia, ou seja, de que foi atacada por trêsneonazistas responsáveis pelos cortes em seu corpo e peloaborto dos gêmeos dos quais estaria grávida.
"Éclaro que a nossa defesa tem de tomar como base que o que ela falou éverdade", disse Müller. Porém, quando questionado seas afirmações de Paula vão funcionar como baseda estratégia de defesa, o advogado disse que nãopoderia dar mais detalhes, alegando "sigilo profissional".
Pauladeve ser interrogada pelo Ministério Público aindanesta semana. Segundo o advogado, ela está se recuperando dosferimentos, mas "ainda está com feridas na alma, jáque está muito abalada psicologicamente".
Naopinião de Müller, o processo contra a brasileira devedurar alguns meses. O advogado voltou a descartar a possibilidade dePaula ser condenada à prisão, caso seja condenada poralgum crime. Ele preferiu não dizer se Paula deseja voltar aoBrasil após o incidente.
"Nopior dos casos, ela receberia uma pena pecuniária, ou seja,passaria por um período probatório de dois anos e seela não cometer nenhum crime durante este tempo, ela seriaperdoada", afirmou Müller, acrescentando que ela poderiapermanecer na Suíça neste caso.