Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - AVulcabrás-Azaléia concederá fériascoletivas a 2,3 mil colaboradores das fábricas localizadas naBahia e no Rio Grande do Sul. Juntas, as duas fábricasempregam cerca de 18 mil trabalhadores. Ao todo, a empresa calçadistatem mais de 35 mil colaboradores no Brasil e no exterior. Paraos trabalhadores da fábrica de Itapetinga, na Bahia, as fériascoletivas foram marcadas para o período de 19 deste mêsa 8 de março e, para os da fábrica de Parobé, noRio Grande do Sul, do dia 20 próximo até 11 de março.Segundo o presidente da Vulcabrás-Azaléia,Milton Cardoso, o motivo que levou a fábrica a adotar asférias coletivas não foi a crise financeirainternacional, mas o crescimento da importação decalçados no Brasil. Ele disse que a crise internacional nãoafetou o mercado interno na mesma proporção em queafetou as principais economias do mundo.
“Nãofosse o crescimento explosivo das importações ao longode 2008 e no início de 2009, poderíamos estar emmelhores condições para manter o número atual deempregos e continuar executando nossos planos de expansão.Talvez não com o ímpeto dos últimos dois anos,mas seguramente com boas perspectivas de expansão”, afirmouCardoso.De acordo com Cardoso, o ano de 2007 foi um bom anopara a empresa. “Crescemos 21% em vendas e tivemos um resultadoinferior ao do ano anterior em 7%. Nos nove primeiros meses de 2008,nosso ritmo de crescimento foi reduzido para 17%, em grande partecomo decorrência da crescente participação demercado dos calçados importados.”Ele explicou que,em 2007 e em 2008, a empresa realizou os maiores investimentos de suahistória. “Foram R$ 154 milhões em ampliaçãode capacidade de produção, renovaçãotecnológica e proteção ao meio ambiente.Portanto, já usamos o que tínhamos de gorduras paraqueimar, ao criar, em 2007 e 2008, praticamente 10 mil novosempregos, o que nos permitiu chegar a 35 mil trabalhadoresatualmente”, argumentou. “São justamente algumaspessoas dessas novas vagas que agora estamos sendo forçados amanter em férias coletivas, enquanto assistimos àconcorrência se abastecer de produtos importados da China eexpandir seus negócios em mais de 40%, valendo-seprincipalmente da concorrência desleal e da venda de estoquesexcedentes que surgiram com a recessão global”, disse ele.