Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com os números da segundasemana de fevereiro, o saldo da balança comercial brasileira(exportações menos importações) voltou aficar positivo este ano. O superávit (saldo positivo) agora éde US$ 172 milhões nos 31 dias úteis do ano, segundoinformou hoje (16) o Ministério do Desenvolvimento, Indústriae Comércio Exterior.Contas do ministériomostram que o saldo de US$ 172 milhões, considerado pequeno, corresponde àmédia diária de apenas US$ 5,5 milhões, o queequivale a redução de 91,3% em relação àmédia do mesmo período de 2008, que foi de US$63,8 milhões.Na primeira semana do mês, asexportações deram impressão de recuperação,mas isso não se confirmou na semana seguinte, pois as vendasexternas realizadas entre os dias 9 e 13 caíram 13,8% emrelação às vendas entre os dias 2 e 6deste mês. O saldo só foi positivo porque as importaçõestambém caíram 5,9% na mesma base decomparação.Segundo nota divulgada hoje peloInstituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), desdeque a crise financeira internacional se tornou mais aguda, emsetembro do ano passado, a dinâmica do comérciointernacional tem se retraído, por causa da menor demandamundial.A princípio, a queda foi mais acentuada nacomercialização de produtos manufaturados, comoautomóveis, aviões e autopeças, entre outros, que têmmaior valor agregado e por isso são mais caros. No entanto,com o passar do tempo e a confirmação de recessão nos países mais ricos, como Estados Unidos, Inglaterra,Alemanha e Japão, todas as categorias de produtos perderamparticipação nos mercados.No caso do Brasil,especificamente, houve redução, na semana passada, de28,3% na venda externa de produtos semi-manufaturados (açúcarem bruto, ferro fundido, couros e peles, dentre outros), emcomparação com a semana anterior. Os produtos básicos,como petróleo bruto, milho em grão, farelo de soja,fumo em folhas e outros, venderam 12,6% menos; e os manufaturadostiveram queda menor, de 8,9%, porque já vinham de uma base decomparação mais baixa.De acordo com opresidente da Associação Brasileira da IndústriaTêxtil, Aguinaldo Diniz Filho, as quedas vão sesucedendo por causa da “forte retração dos mercados”,que levou o segmento de cama, mesa e banho – um dos líderes dasexportações brasileiras – a uma reduçãode 52% nas vendas externas de janeiro.Diniz ressaltou que osempresários do setor estão preocupados tambémcom medidas protecionistas de outros países em relaçãoàs importações de produtos estrangeiros. Paraele, as empresas terão de pedir ao governo medidas “paragarantir a competitividade do produto nacional diante de um mercadocada dia mais disputado”.