Indústria deve retomar fôlego ainda no primeiro semestre do ano, diz economista

16/02/2009 - 16h12

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Atéo fim do primeiro semestre, as indústrias fluminense enacional deverão iniciar a retomada docrescimento, com reflexos positivos sobre o emprego. A afirmaçãofoi feita hoje (16) pelo chefe da Divisão de EstudosEconômicos da Federação das Indústrias doEstado do Rio de Janeiro (Firjan), Patrick Carvalho. Segundo ele, no ano passado, aindústria fluminense registrou saldo líquidoacima do de 2007, diferentemente do que ocorreu em termos nacionais.Enquanto o Brasil perdeu, somente no último trimestre, 634 milpostos de trabalho, o estado do Rio teve saldo positivo de12.445 postos. No acumulado de 2008, o Brasil geroumais de 1,452 milhão de postos de trabalho, 10% menos que em2007. No Rio, o acumulado do ano apresentou crescimento de5,8% sobre 2007 – foram criados 154.596 empregosna indústria do estado.Em dezembro passado,lembrou Carvalho, o mercado de trabalho na indústria detransformação foi muito afetado pela criseinternacional, mas, em alguns setores, como o de mineraisnão-metálicos, em função da construçãocivil, as perspectivas são muito boas. Isso ocorre tambémna indústria da moda, que tem participaçãoacentuada no estado.Para ele, ainda é cedo para apontar os setores que têm condiçõesde ficar acima dos impactos da crise. Porém, as indústrias gráfica e de alimentos nãoforam muito afetadas pela crise e podem apresentar crescimentofavorável já no primeiro trimestre. De acordo com osIndicadores Industriais da Firjan, os setores com maior expansãodo emprego em 2008 foram os de outros equipamentos de transporte(27,82%); material eletrônico e comunicação(11,51%); produtos de metal (12%); máquinas e equipamentos(11,20%) e metalurgia básica (10,81%). O setor têxtilfoi o que apresentou o maior recuo no ano: 7,83%.Carvalho destacou que a crise não é homogênea, afetando uns setoresmais do que outros. “Os setores muito dependentes de créditoe do mercado de exportação são os mais afetados.Outros apresentam resistência bem maior à crise, como osde alimentos e gráfico.”Pesquisa da Firjanrevela que 54% dos empresários fluminenses estãootimistas com o desempenho da economia em 2009 e que 68% delesesperam estabilidade ou aumento do emprego de janeiro até março, contra 25,8% que projetam redução."Mais do queotimismo, há intenção demanter o nível de atividade na tendência de crescimento.Não há tendência de desaquecer”. O que ocorre é, que quando as encomendas se reduzem,a produção acaba acompanhando e o mercado de trabalhovai atrás, explicou Carvalho. Ele acrescentou que aperspectiva de retomada do crescimento industrial no primeirosemestre leva em conta ainda o fato de o Brasil apresentarindicadores mais sólidos do que a economia mundial. De acordo com aeconomista, ainda há espaço para cortes na políticamonetária. “Temos altas taxas de compulsórios, taxasde juros muito elevadas, mercado de crédito ainda incipiente.São fatores que, junto com outros dados macroeconômicospositivos, tornam o Brasil mais sólido, mais resistente àcrise internacional.”