CNA defende mais subsídio do governo para a próxima safra agrícola

16/02/2009 - 19h34

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apresidente da Confederação da Agricultura e Pecuáriado Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), disse hoje(16) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o volume definanciamento para a safra 2009/2010 deve cair, por causa da reduçãodos recursos provenientes das trading companies – empresasque financiam parte da safra por meio da compra antecipada. Paraaliviar a situação dos produtores, a senadora defendeque o governo subsidie uma parte maior da safra. No ano passado, osrecursos governamentais foram responsáveis por 30% dofinanciamento.Deacordo com cálculos da senadora, serão necessáriosR$ 155 bilhões para custear a produção de carne,leite e grãos neste ano. As trading companies financiam, em média, 30% da safra, mas já avisaram quediminuirão o ritmo devido à crise financeira mundial.Ela informou que, só para a soja, a estimativa é derecuo de 50% do dinheiro dessas companhias. A senadora e opresidente conversaram também sobre um novo modelo de políticade crédito rural, que está sendo estudado porum grupo formado por representantes da CNA, do Banco do Brasil e dos Ministérios daFazenda e Agricultura. Ela disse que algumas propostas em análisesão: crédito subsidiado, apoio à comercializaçãoe frete, desoneração tributária e migraçãoda propriedade rural da informalidade para pessoa jurídica. O grupo deve apresentaros resultados em abril, mas Lula cobrou agilidade, conforme relato dasenadora.“O queremos na realidade é um misto deapoio governamental, mas também com regras e instrumentos demercado”, afirmou a senadora, acrescentado que a carga tributáriana cadeia de alimentos é de 16,9% – em contrapartida, amédia mundial é de 5%. Segundo ela, a políticade financiamento rural não pode ter como base apenas arenegociação de dívidas, sem garantia de rendapara o produtor. “A cada ano, rolado para a última parcelado financiamento, acresce-se ao estoque da dívida em 25% porprodutor rural. O que pode parecer aos olhos da sociedade um alívio,na verdade, é apenas um paliativo, uma tormenta que ainda setransforma no ano seguinte”, justificou. “A políticade abastecimento é uma obrigação de todos ospresidentes de todos os países. A política deabastecimento não pode vir solitária, sem uma garantiade renda para os agricultores, para as galinhas dos ovos de ouro deum país”, acrescentou.O ministro da Agricultura,Reinhold Stephanes, também esteve na reunião no Paláciodo Planalto.