Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com a queda de cerca de15% nos preços dos fertilizantes e o aumento no valor dealgumas commodities agrícolas importantes, osagricultores brasileiros começaram o ano comprando maisadubos. As vendas desses insumos, que vinham caindo desde setembro doano passado e chegaram a 997 mil toneladas em dezembro, alcançaram,em janeiro, cerca de 1,2 milhão de toneladas.“Esperávamosvender 1 milhão de toneladas, que é a médiahistórica de janeiro, mas a carteira de pedidos superou 1,2milhão de toneladas”, afirmou Eduardo Daher, diretorexecutivo da Associação Nacional para Difusão deAdubos (Anda). Ele disse que a queda nos preços no mercadointerno, de 15%, só não foi maior porque o dólarse valorizou em relação ao real.Enquanto os preçosdos fertilizantes caíram devido à forte desvalorizaçãodo barril do petróleo, os preços de algumas commoditiesagrícolas se valorizaram, em grande parte, devido adesastres climáticos, como a seca na Argentina e na Austrália,considerada uma das maiores das últimas décadas. Osdois países são grandes produtores mundiais de grãos.Cristiano Simon,presidente da Câmara Temática de Insumos Agropecuários,que esteve hoje (16) no Ministério da Agricultura, disse que oresultado das vendas em janeiro expressa claramente a reaçãodo produtor frente à queda dos preços dos fertilizantese ao otimismo em relação à sua lavoura, mas sempoder afirmar que essa atitude se manterá por todo o ano.“A perspectiva éboa em relação à posição do Brasilno mercado mundial [de alimentos] e ao abastecimento domercado interno. O setor de insumos está preparado paraatender o agricultor. A gente acredita que vá ser um ano decerta estabilidade”, afirmou Simon. Apesar da queda decerca de 9% no volume consumido em 2008 (22 milhões detoneladas de adubos) em relação a 2007 (24 milhõesde toneladas), ele assumiu que a queda foi menor do que a esperadapor conta da crise.