Prioridade para Petrobras não tirará recursos do setor produtivo, diz ministro

13/02/2009 - 20h16

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro doPlanejamento, Paulo Bernardo, garantiu hoje (13) que nãofaltarão recursos para o financiamento do setor produtivo,apesar de boa parte dos R$ 100 bilhões, concedidos peloTesouro ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES), estar atrelada a projetos da Petrobras.

O governo espera que omercado internacional se recupere da crise financeira e viabilize acaptação de recursos pela Petrobras para seusinvestimentos. “Nós gostaríamos que a Petrobrascentrasse mais suas captações no exterior, porque issoaliviaria a demanda sobre o BNDES, que pode operar com maisfacilidade nos outros setores.”

Paulo Bernardo disseque o governo considera prioridade os investimentos da estatal daárea de energia. “Se ela não conseguir recursos noexterior, nós vamos resolver por aqui mesmo.” Com o aportedo Tesouro, o BNDES terá este ano cerca de R$ 160 bilhõespara operar. “E a previsão é de que vai trabalhar comaproximadamente R$ 120 bilhões. Portanto, acho que nãovai ter nenhum tipo de problema.”

O ministro esclareceutambém que a autorização concedida no anopassado pelo Conselho Monetário Nacional ao BNDES paraemprestar à Petrobras pelo limite de 25% do patrimônionão abre precedente para outras empresas. “Não abreprecedente nenhum, porque nós temos que aprovar cada uma[operação]”.

Paulo Bernardo admitiuque, do ponto de vista conceitual, a medida pode ser vista como umprecedente. “Mas isso não quer dizer que vamos aprovar paraoutros casos. Repito: a Petrobras é um caso diferenciado. OBrasil tem necessidade que a Petrobras mantenha os seusinvestimentos. Porque isso significa uma cadeia com aproximadamente100 mil a 150 mil empresas fornecedoras e prestadoras de serviçospara a Petrobras. Portanto, para nós é absolutamenteimportante que ela mantenha esses investimentos. Isso éfundamental para a economia.”O ministro disse ainda que nãotem qualquer informação sobre uma possívelcapitalização do Banco do Brasil por meio de recursosdo Tesouro Nacional, a exemplo do que foi feito em relaçãoao BNDES. “Eu vi isso no jornal. Não tenho essa informação”,afirmou.