Seca na Argentina leva Brasil a procurar novos parceiros para importar trigo

05/02/2009 - 10h39

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro daAgricultura, Reinhold Stephanes, disse hoje (5), durante aapresentação do quinto levantamento da safra 2008/2009,que o país está analisando todas as possibilidades deimportação de trigo. Segundo ele, a Argentina, de ondevem quase todo o volume do cereal importado pelo Brasil, nãoconseguirá suprir as necessidades brasileiras.“A Argentina nãovai conseguir suprir todas as necessidades brasileiras, pois vaiperder quase 50% da produção por causa da seca”,afirmou Stephanes. A seca na Argentina, considerada a maior dosúltimos 70 anos, deve fazer com que a produçãode trigo, que foi de aproximadamente 16 milhões de toneladasna safra anterior, caia para próximo dos 10 milhões detoneladas.Segundo o diretor daConab, Silvio Porto, no ano passado o Brasil importou quase 7 milhõesde toneladas de trigo da Argentina, o que não serápossível agora. “Para esse ano, precisaríamos de 5milhões de toneladas, mas com a seca forte por lá, elestem apenas 3,5 milhões para exportar”, afirmou. Essemontante ainda deve ser repartido entre mais países, alémdo Brasil.O ministro Stephanesdisse que a Rússia quer exportar trigo para o Brasil e quetécnicos do Ministério da Agricultura analisarãoas condições sanitárias do produto. Emcontrapartida, no entanto, o governo brasileiro pretende pedir oaumento da cota estabelecida pelos russos para importaçãoda carne suína nacional, que no ano passado sofreu corte de 50mil toneladas.O risco, nesse caso, éque acordos como esses são feitos para vários anos.Dessa forma, se a produção argentina de trigo serecuperar para o próximo ano, o acordo com os russos passa aser desvantajoso, à medida que o preço e os acordosdentro do Mercosul tornam o comércio com o país vizinhomais atraente.