Pela primeira vez, governo brasileiro comenta participação em resgate a reféns das Farc

05/02/2009 - 18h08

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo brasileiro falou hoje (5) pela primeira vez, oficialmente, sobre a participação no resgate de seis reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Seis sequestrados foram libertados desde domingo com ajuda de helicópteros da Força Aérea Brasileira e tripulações militares.Em nota divulgada após o resgate do ex-deputado Sigifredo López, nesta tarde, o Itamaraty explica que prestou apoio logístico a pedido do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e com a “anuência” do governo da Colômbia. Desde as primeiras sondagens sobre uma eventual mediação do Brasil, o governo vinha reiterando que estava disposto a ajudar, mas só faria isso com a expressa concordância do presidente colombiano Álvaro Uribe.Segundo o Itamaraty, após o resgate de hoje, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Jaime Bermúdez, telefonou ao chanceler Celso Amorim para agradecer, em nome do governo colombiano, a ajuda prestada pelo Brasil nas operações de libertação dos reféns.“O governo brasileiro manifesta a expectativa de que essa iniciativa bem-sucedida dê ensejo à libertação de todos os sequestrados que permanecem ainda distantes de seus familiares, e possibilite novas perspectivas para o processo de paz e reconciliação de todos os colombianos”, diz a nota do governo brasileiro. Com apoio logístico do Brasil, no último domingo (1) foram resgatados Alexis Torres Zapata, Juan Fernando Galicia e José Walter Lozano, membros da Polícia Nacional, e William Giovanni Rodríguez, soldado do Exército – todos reféns das Farc por um ano e meio. Na terça-feira (3), foi a vez do ex-governador do departamento de Meta Alan Jara que era refém havia sete anos e meio. Sigifredo López, solto hoje, havia sido sequestrado em abril de 2002 e era o último político em poder nas Farc.