Governo precisa definir fundo para financiar pacote de habitação, diz empresário

05/02/2009 - 10h09

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A maior dificuldadepara fechar o pacote do governo que pretende construir um milhãode casas populares até 2010, de acordo com o presidente da CâmaraBrasileira da Indústria da Construção, Paulo SafadySimão, é a indefinição sobre o fundo quevai financiar as operações de crédito. “Omaior problema hoje para fechar o pacote de habitação éo do fundo garantidor. Existem vários instrumentos, mas ainda épreciso definir isso. O que se sabe é que essas operaçõesnecessitam de um fundo garantidor”, disse Safady.De acordo com oempresário, o modelo de subsídio no crédito parao pacote já está desenhado. “Seráno crédito sobre os juros. Por exemplo, uma prestaçãoque custa hoje R$ 300, com um juro de 5% mais taxas. Se o governoder um subsídio no juro, por exemplo, reduzindo a zero, essaprestação cai para R$ 250”, detalhou.Outra proposta que vemsendo estudada pelo governo a de é inserir uma carência dedois anos, prazo que o comprador poderá ficar sem pagar asprestações, sem se tornar inadimplente. O governo aindaestuda a forma jurídica dessa medida que tem por objetivo dartranqüilidade ao comprador que teme a perda do emprego. Omodelo ainda não está totalmente desenhado. “Teremos que colocarnesse pacote algum instrumento novo que dê tranquilidade aocomprador, que, eventualmente se ele ficar desempregado, nãoesteja fazendo um negócio arriscado, ficandoinadimplente. O que estamos estudando é estabelecer umcontrato que ele tenha dois anos a mais para pagar. São doisanos livres dentro do contrato que ele poderá usar no caso dedesemprego, de uma doença, com regras que ainda estãosendo estudadas”, informou Safady.O setor da construção civil vem se reunindo com o governo para contribuir na elaboração dopacote que seria lançado em janeiro, mas foi adiado. Aexpectativa do governo e dos empresários é de que, atéo dia 15 de fevereiro, já se tenham as regras definidas. Desdesetembro, quando os efeitos da crise financeira mundial começarama ser sentidos no Brasil com mais ênfase, as vendas de imóveisvêm caindo. De acordo com Safady, o crescimento recorderegistrado pelo setor em 2007 e 2008 se reverteu a partir desetembro. O resultado das vendas ainda não foi totalizado mas,ele acredita que a comercialização de imóveis nomês de janeiro, esteja nos patamares de 2006. No ano passadoforam investidos R$ 30 bilhões em financiamentos para 300 milnovas unidades.Só definanciamento imobiliário com recursos das cadernetas depoupança, em 2008, o número foi recorde: 299.746unidades, de acordo com dados da Associação Brasileiradas Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança(Abecip). Em relação a 2007, o número deimóveis financiado teve expansão de 53% no ano passado.O setor vem pedindo aogoverno redução de impostos e facilidades de acesso aocrédito. “Estamos pleiteando reduçãode imposto final na habitação de interessesocial. Queremos desoneração tributária. Ogoverno está estudando redução de IPI [Impostosobre Produtos Industrializados] em alguns materiais que tem pesoespecífico em uma casa”, destacou.