Dificuldade de crédito é a principal reclamação de empresários em reunião com governo

04/02/2009 - 23h41

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A dificuldade na concessão de crédito foi a principal reclamação dosrepresentantes de setores estratégicos da economia em reunião hoje (4) coma equipe econômica do governo. De acordo com o presidente da CâmaraBrasileira da Indústria da Construção (CBIC) Paulo Safady Simão, osbancos, inclusive os públicos, vêm exigindo garantias adicionais paraconcessão de crédito, o que vem inviabilizando os investimentos. Elecitou o exemplo da Caixa Econômica Federal, principal fonte definanciamento de moradias."Esperava-se que o empreendimento, com seus recebíveis e com seufluxo de caixa, servisse de garantia. Mas a Caixa não está aceitando.Ela aceita os recebíveis e quer garantias externas. Dessa forma,inviabiliza completamente a operação", disse.A reclamação foi feita na reunião e, de acordo com Safady, oministro Guido Mantega pediu que o secretário de Política Econômica doMinistério da Fazenda, Nelson Barbosa, conversasse com a Caixa nosentido de amenizar as exigências exigidas pela instituição financeirano processo de concessão de crédito.  Paulo Safady reclamou ainda da linha de crédito de R$ 3 bilhõescriada para capital de giro de construtoras, com recursos da cadernetade poupança. A linha foi anunciada pela Caixa Econômica em novembro, no entanto,de acordo com o empresário, apenas R$ 50 milhões foram emprestados."Pedimos para que os R$ 3 bilhões sejam agilizados. Os R$ 7 bilhões dosbancos privados, eles já disseram que não vão fazer", afirmou.De acordo com Safady, o setor da construção civil já sofre com aqueda nas vendas, um cenário bem diferente dos últimos dois anos,quando bateu recordes de venda. "Esse ano vai haver uma redução. No anopassado nós batemos todos os recordes. Foram R$ 30 bilhões emfinanciamentos para 300 mil novas unidades. Neste ano já houve umaredução das vendas aos níveis de 2006. Houve uma queda no valor devenda violento nos novos projetos. Todo crescimento que observamos nosúltimos dois anos desapareceu praticamente a partir de setembro. Nãotemos números fechados, somente no final do primeiro trimestre é queteremos um diagnóstico mais preciso", disse.