Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Democratas pediu há pouco a renúncia do deputado Edmar Moreira (DEM-MG), da 2ª vice-presidência da Câmara dos Deputados, em função das denúncias de que o parlamentar não declarou ao imposto de renda umcastelo de sua propriedade e de que tem dívidas com o INSS. A recomendação consta de nota à imprensa assinada pelo presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ).Maia afirma, na nota, que as denúncias divulgadas pela imprensa serão remetidas imediatamente à comissão de ética do partido, "para que, o mais rapidamente possível e concedido o amplo direito de defesa conforme os ritos estabelecidos estatutariamente, seja tomada uma decisão final".O documento diz que o Democratas repele e considera incompatível com o rigor ético do partido as declarações do deputado Edmar Moreira. "É inaceitável colocar a solidariedade fraterna entre colegas acima do compromisso essencial com a moralidade parlamentar."O deputado Edmar Moreira foi eleito 2º vice-presidente da Câmara na última segunda-feira (2). Ele não participou da reunião da bancada, que indicou o deputado Vic Pires (PA) como candidato oficial do partido ao cargo na Mesa, e se lançou candidato avulso. Venceu a disputa e derrotou o candidato oficial do partido.No documento, o DEM afirma que sempre colocou a questão ética como uma de suas prioridades e que na Câmara participou "ativamente" da instalação do Conselho de Ética.No dia seguinte à posse como 2º vice-presidente e Corregedor da Câmara, o deputado Edmar Moreira disse que colocaria para discussão das lideranças partidárias proposta para que o julgamento dos deputados, acusados de denúncias, fosse feito pelo Poder Judiciário e não pelo Parlamento."As recentes declarações do deputado Edmar Moreira no sentido de retirar do Parlamento o poder de julgar seus membros são frontalmente contrárias à filosofia do Democratas", afirma a nota."Somadas suas últimas atitudes às denúncias de contradição nas informações de sua declaração de bens, o Democratas considera que quaisquer decisões, mesmo que corretas, tomadas pelo deputado, no exercício de suas funções, serão sempre eivadas de suspeição, com evidentes prejuízos para a imagem do Poder Legislativo", diz o texto.