Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Entra emvigor amanhã (6) a Circular 3434 do Banco Central (BC) quepermite o uso de dólares das reservas internacionais parasocorrer empresas brasileiras com débitos em moedaestrangeira, vencidas ou a vencer entre 1º de outubro do anopassado e 31 de dezembro deste ano.O anúncio foi feitohá pouco pelo presidente do BC, Henrique Meirelles. Segundoele, os financiamentos serão feitos por intermédio deinstituições bancárias brasileiras autorizadas aoperar com câmbio. A empresa interessada procura o banco,apresenta as garantias com o respectivo detalhamento de vencimentos ea instituição procura o BC.De acordo comMeirelles, existe um universo de aproximadamente 4 mil empresasnacionais com necessidade de recursos para quitar compromissosexternos num montante de cerca de US$ 36 bilhões no períodode abrangência da circular, que será publicada no DiárioOficial da União de amanhã.Ele estima,porém, que “apenas metade disso, ou um pouco mais”, algoem torno de US$ 20 bilhões, devem ser contratados pelasempresas. “Nossa expectativa é de que as empresas consigamrolar parte das dívidas, sem a intermediação doBC, para que se restaure a normalidade da oferta”,adiantou.Meirelles ressaltou que, se houver necessidade, o BCterá mais recursos para contratos de empréstimos comduração de um ano e taxas de juros de 1,5% ao ano, maisa taxa Libor, de Londres. Um pouco acima, portanto, da taxa médiaque a autoridade monetária recebe na aplicaçãodas reservas cambiais. Para ele, a medida é um passoimportante para regularizar o crédito no Brasil. "Osbancos internacionais estão em processo de reduçãode empréstimos e, com a menor oferta de empréstimosexternos, “há uma pressão natural para que os bancosemprestem mais no mercado doméstico.”Aí entrao socorro do BC, a exemplo dos financiamentos que a instituiçãojá opera, por intermédio dos bancos, para financiar asexportações. Ele lembrou que “felizmente o Brasilestá em condições de substituir as linhasinternacionais cortadas”, uma vez que as reservas externas estãoacima de US$ 200 bilhões.