Até empresários agrícolas cobram regras claras para a Amazônia, diz Minc

05/02/2009 - 10h52

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, reforçou hoje (5) quea conclusão do macrozoenamento da Amazônia Legal deve sairainda este ano. Segundo ele, até mesmo os empresáriosagrícolas têm cobrado do governo regras claras para aregião.

Mincavaliou que, uma vez traçada o que chamou de “fronteira delegalidade”, será possível saber ao certo quem vai receber crédito, apoio técnico e estímulo paraproduzir na Amazônia. E quem insistir em permanecer à margem dalei, segundo o ministro, receberá "a mão pesada" daPolícia Federal, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente edos Recursos Naturais (Ibama) e do Exército Brasileiro. “Essa é a forma de preservar a Amzônia, olhando para odesenvolvimento sustentável."

ParaMinc, entretanto, a estratégia de efetivar o zoneamentoeconômico e ecológico para cada um dos nove estados quecompõem a região possibilita que a preservação na Amazônia não aconteça apenas “com polícia”,mas por meio do ordenamento do desenvolvimento.

“Cadaum dos zonemantos determina, por exemplo, áreas que devem serprotegidas, áreas degradadas e que devem ser recuperadas,áreas propensas a alguma atividade industrial. Éa idéia de um ordenamento que combine a preservaçãocom a atividade. Afinal, 24 milhões de pessoas moram naAmazônia e têm que ter uma vida digna, uma ocupação,uma renda”, afirmou o ministro.

Sobre aBR-163, Minc classificou a região que corta a rodovia como“desastre ecológico” e “desgraça” e ressaltouque todas as medidas adotadas para a futura BR-319 foram pensadas de maneira que a devastação não tome conta do localcomo ocorreu com a BR-163.

Segundo oministro, desde 2005 – ano em que a ex-ministra do MeioAmbiente, Marina Silva, já havia previsto a idéia de umcorredor ecológico para a região – o desmatamento naBR-163 triplicou.

“Estivelá mais de três vezes. Temos leilão de boipirata, de madeira pirata, prendemos gente. Mas voltamos um mêsdepois e está a mesma desgraça. A situaçãolá é muito preocupante. Conseguimos um recurso de oitomilhões de euros da comunidade européia para implantaro distrito florestal da BR-163, mas a diferença tem que serimplantar previamente as defesas. Elas não podem ficar nopapel”, disse.