Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crise financeira mundial, com a conseqüenteretração da demanda e do crédito - comimplicações no preço do barril do petróleono mercado externo, que caiu de US$ 140 para US$ cerca de 40 o barril– levou a Petrobras a renegociar contratos e o fechamento denegócios futuros com seus fornecedores de bens e serviços.A informação foi dada hoje (4),nesta capital, pelo diretor de Exploração e Produçãoda estatal, Guilherme Estrella, para quem a realidade mudou e, porisso, os preços dos fornecedores de equipamentos têm queser revistos para baixo.Para Estrella, “é natural” que ospreços caiam uma vez que o mundo vive agora uma nova realidadee terá que conviver com o preço do barril do petróleono mercado externo em patamares inferiores ao verificado na maiorparte do ano passado.O diretor da Petrobras garantiu que a companhiatem o empresariado nacional como parceiro, mas que a estatal nãolevará adiante projetos cujos custos não venham a sercondizente com o atual preço do petróleo no mercadoexterno.“Não há como levar adianteprojetos que não levem em conta a nova realidade do brent nomercado externo. Vai ter que haver um entendimento para que os preçoscaiam de patamar. O empresário vai ter que negociar ou estaarriscado a perder mercado e deixar de vender para a Petrobras, que éuma das principais compradoras”, afirmou.O diretor de Exploração da Petrobrasdisse que essa é uma das premissas embutidas no próprioPlano de Negócios para o período 2009-2013 e que prevêinvestimentos de US$ 174,4 bilhões.“O Conselho de Administração foibem claro ao determinar: nós aprovamos os US$ 174 bilhões,que é uma soma absolutamente extraordinária, mas com acondição de que vocês trabalhem no dia a dia paraacelerar a adequação do mercado ao novo preço dopetróleo”, disse.Embora não tenha detalhado as negociaçõesem torno da redução nos preços de bens eserviços contratados pela companhia, Estrella garantiu queisto já vem ocorrendo.“O que eu posso dizer a vocês é quenós já estamos contratando serviços com atémais de um terço de defasagem em relação aoscontratos que agente tinha anteriormente. Agente vai trabalhandocontrato a contrato em um esforço que atende especificamenteàs determinações do Conselho de Administraçãoda companhia”, afirmou. O diretor da Petrobras lembrou, especificamente, adecisão tomada no ano passado pela companhia de cancelar aslicitações para a construção dasplataformas P-61 e P-63. A estatal argumentou que as propostasapresentadas estavam baseadas em valores que tinham como referênciao período anterior ao agravamento da crise financeirainternacional e a queda do barril do petróleo no mercadoexterno. Estrella voltou a afirmar que todos os projetosatualmente em execução pela companhia sãoviáveis com o preço do barril do petróleo emtorno dos US$ 40 e que nenhum projeto será suspenso com essajustificativa.Ele informou, ainda, que a Petrobras vai licitareste ano a construção de um total de seis plataformas e28 sondas – inclusive as duas que serão direcionadas para ostestes de longa duração (TLD) na área dopré-sal.“O plano das 28 sondas ainda não estáfechado o que deverá ocorrer ao longo do ano”, disse semdetalhar.. Estrella informou, ainda, que a construçãodo navio-plataforma do tipo FPSO (sistema flutuante de armazenamento,produção e transferência de óleo) estásendo concluída em Cingapura. A unidade será instaladano Campo de Tupi para os testes de longa duração, virápara o Brasil na primeira quinzena deste mês e deveráentrar em operação entre abril e maio – produzindodiariamente cerca de 30 mil barris de petróleo.