Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os produtores ruraisque estão inadimplentes nos financiamentos do FundoConstitucional da Região Centro-Oeste (FCO), tomados no anopassado e provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), vãopoder continuar negociando com os bancos até o dia 31 demarço, desde que já tenham manifestado ao Banco doBrasil ou ao Banco de Brasília a intenção deregularizar os pagamentos. A prorrogação da quitaçãodas operações já foi autorizada pelo ConselhoMonetário Nacional (CMN).Hoje (4), osintegrantes do FCO se reuniram para fazer a adequaçãoda medida, que envolve acerto individual por cada tomador que estejainadimplente.Em reuniãoextraordinária, o FCO também rejeitou proposta doMinistério da Fazenda de absorver o passivo de R$ 1 bilhãoem financiamentos do FAT Giro Rural, feitos para capital de giro, emgrande parte referentes ao estado de Mato Grosso. O secretário deDesenvolvimento do Centro-Oeste e secretário-executivo doconselho do FCO, José Antônio Parente, afirmou que ofundo não tem condições de bancar orefinanciamento desses empréstimos, mas garantiu que teráque ser encontrada uma solução.O FCO tem hoje R$ 10bilhões emprestados e ficaram em caixa R$ 462 milhõesno ano passado. Parente espera deixar o cofre zerado em 2009. Eledisse que na gestão do ministro da IntegraçãoNacional, Geddel Vieira Lima, o FCO foi "destravado". Enquanto em 2007 foramemprestados R$ 5,7 bilhões, em 2008 os recursos tomadoschegaram a R$ 7,4 bilhões, ou seja, R$ 1,7 bilhão amais. Os juros do FCO oscilam entre 5% a 10% ao ano e os prazos sãode até 20 anos, com três anos de carência para oinício dos pagamentos. O conselho do FCOpretende que os empréstimos para o setor de serviçossejam ampliados, porque, segundo Parente, trata-se de uma área muito importante na região.Esse segmento vinha tomando 10% dos recursos do fundo, montante que poderáchegar até 20% a partir deste ano. A meta do Ministérioda Integração, que coordena os Fundos deDesenvolvimento Regionais, é priorizar o empréstimo de 50% dos recursos para o pequeno e o micro empreendedor, seja ruralou urbano.Também as obrasestruturantes podem contar com financiamentos. O FCO, lembrouParente, emprestou R$ 50 milhões para a Companhia deEletricidade de Brasília, empresa do GDF. Os fundos dedesenvolvimento regional são compostos por recursos provenientes do Imposto de Renda da Pessoa Física, Impostosobre Produtos Industrializados e repasses do Tesouro Nacional.