Da Agência Brasil
Brasília - A utilização, em sala de aula, de um projeto diferenciado para o ensino das ciências naturais tem estimulado a participação dos alunos e contribuído para melhorar o aprendizadode da disciplina no ensino fundamental. Esse resultado faz parte do livro Programa Ciência em Foco: Diagnóstico do impactoinicial distribuído hoje (3) durante encontro que reuniu educadores e representantes do governo do DistritoFederal, em Brasília. O livro fez uma análise dos resultados do programa Ciência em Foco adotado nas escolas públicas da capital. O Ciência em Foco volta-se para a aprendizagem das ciênciasnaturais do 1º ao 9º ano do ensino fundamental. O programa utiliza livrospara alunos e professores e materiais de investigação (kits), além de investirna formação continuada dos educadores. Participam do projeto, 532 escolas, 312mil alunos, 7,3 mil professores e 500 mediadores. Segundo a Secretaria deEducação do DF (SEDF), menos de 10% dos alunos ainda não têm acesso ao programa.Entre os professores entrevistados pelo diagnóstico, 97,1%afirmaram que a prática docente estimula a participação dos alunos.Professores, alunos e familiares tendem a ver o Ciência em Foco como umprograma de “escola particular”, o que, segundo o diagnóstico, gera maiorauto-estima na comunidade.A orientadora educacional e diretorada Escola Classe Granja do Torto, Danielle Vieira Salles, destacou a importância para a auto-estima dosalunos. “Tivemos no final [do ano letivo] uma exposição, uma feira com os trabalhos do Ciênciaem Foco que foi fundamental para nossa avaliação do crescimento deles [alunos].Inclusive, o problema de auto-estima foi resolvido, porque eles viram os trabalhos sendo expostos e valorizadose se engrandeceram com isso", afirmou.Segundo o diagnóstico do programa, as matérias de maiorinteresse dos alunos foram matemática (33,6%), ciências (29,4%) e português(18,1%). A supervisora pedagógica da Escola Classe17 do Gama, Maria Tânia Andrade Macieira, confirma o resultado. “Vi o interesse das crianças pelas aulas deciências, eles amam as aulas de ciências, os professores agora têm os materiaisà mão, o ponto negativo na minha escola é o espaço e, no início do programa, a logística, mas já na segunda unidade essa dificuldade foi sanada”, garantiu.Entre as dificuldades operacionais, as principais apontadaspelos professores, segundo o diagnóstico, foram o atraso na entrega do material(56,7%), a formação/orientação insuficientes (44,1%) e a quantidade insuficientede materiais de investigação para os alunos (34,7%). Um dos motivos alegadospelos professores para o seu não envolvimento imediato com o projeto foi a incerteza quanto àsua continuidade.“O programa, deinício, teve uma resistência dos professores, mas logo que a gente começou atrabalhar essa resistência foi acabando naturalmente. O programa funcionou,quase que 100% na escola, o único problema que nós tivemos foi no atraso de umou outro kit, mas fora isso funcionou muito bem”, afirmou Fabiana Borges de Santana,supervisora pedagógica da Escola Classe 3.A realização do diagnóstico foi uma parceria da Secretaria Estadual de Educação do GDF, da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla) eda Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Foram entrevistados128 alunos, 101 professores e 23 pais/responsáveis, além de diretores,mediadores, tutores, um representante da Secretaria de Educação do DF e um representante da SangariBrasil (empresa que desenvolve programas de educação por meio da ciência e datecnologia).