Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mesmo com queda de 17,5% nas vendas daindústria de eletrodomésticos em dezembro – reduçãorecorde no setor – os empresários do ramo procuram manter ootimismo e esperam crescimento de até 4% em 2009. Segundo opresidente da Associação Nacional de Fabricantes deProdutos Eletrodomésticos (Eletros), Lourival Kiçula, é preciso esperar o resultado de janeiropara ter um diagnóstico mais real do setor. Ele disse que o ano de 2008 foi maior que 2007, comcrescimento entre 4% e 7% no setor de eletrodomésticos. “Aindanão temos números consolidados sobre as vendas dejaneiro, mas tudo indica que teremos em janeiro um número devendas muito parecido com o mesmo mês do ano passado no setorde linha branca (geladeiras, fogões, freezeres). Deve serainda um pouco melhor no setor de linha marrom [informática,som, imagem]”, prevê Kiçula, que se reuniu hoje(3) com o ministro do Desenvolvimento Indústria e ComércioExterior, Miguel Jorge. A queda na produção registrada emdezembro, na opinião de Kiçula, pode não ser tãosignificativa para um diagnóstico do setor, porque reflete ummês em que as fábricas optaram por dar fériascoletivas, o que contribuiu para regular os estoques que estavamaltos, resultado da produção aquecida nos primeirosnove meses do ano.“O resultado de apenas um mês pode nãoser significativo porque havia muito estoque. As vendas de janeiroforam melhores que o esperado. Não foram boas, mas, antes,imaginava-se que seria muito difícil. No entanto, foram feitaspromoções, liquidações, e o consumidorcomprou”, disse o Kiçula. Ele garantiu que os estoques naindústria de eletrodomésticos estão “regulares”.“O setor se preveniu antecipando as férias coletivas.”Kiçula acredita que o setor começa adar sinais de recuperação, mas ressalta que ainda énecessária uma redução maior na taxa de jurospara incrementar as vendas no crediário. “Esperamos aredução de mais um ponto percentual na taxa básica[Selic], e os governo está tomando as medidas para queos bancos públicos reduzam os juros. Acho que os outros bancostambém farão isso, e a gente participa da pressãopara que isso aconteça”, destacou.“Não estamos tão assustados com acrise. Queremos sair dela trabalhando e fazendo uma forçadanada para não desempregar. Se tudo isso for feito, nãose desemprega, continua-se trabalhando e é possívelreverter”, afirmou.