Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Cerca de 50 índios mantêm, hámais de 24 horas, um bloqueio na rodovia estadual MS-156, em umtrecho no município de Dourados, em Mato Grosso do Sul. Obloqueio faz parte de uma série de protestos que vêmsendo realizados desde a semana passada contra os atuais dirigentesda Superintendência Regional da Fundação Nacionaldo Índio (Funai) em Dourados.Os índios pedem a saída da atualsuperintendente regional, Margarida Nicoletti, mas a Funai jáinformou que o afastamento está descartado.Na última quarta-feira (28), o mesmo grupode indígenas que bloqueia a estrada invadiu a sede da Funai emDourados. O escritório regional só foi desocupado nodia seguinte, após a Justiça determinar a reintegraçãode posse do local. Desde então, alguns pessoas estãoacampadas em frente ao prédio.Hoje (3), seis vereadores de cidades próximasa Dourados reuniram-se na Câmara de Vereadores do municípiopara discutir os protestos. O encontro foi organizado por um vereadorde Dourados, o petista Dirceu Longhi.De acordo com o vereador, os protestos estãosendo promovidos por índios, em sua grande maioria, da etniaTerena. Ele disse, entretanto, que índios de outras etnias,como a Guarani-Kaiowá, apóiam a atual administraçãoregional da Funai.“Os índios do protesto querem que aadministração fique a cargo de um membro da comunidadeindígena da região, mas outros índios jáfalaram que isso não é prioridade”, afirmou Longhi,em entrevista à Agência Brasil. “Para eles [osque não participam das ações] é maisimportante garantir a ação da Funai na região doque mudar o comando da escritório de Dourados.”Segundo Longhi, frente à divisãoentre os próprios índios, os vereadores reunidosdecidiram apoiar qualquer consenso entre a comunidade indígenada região. Ainda hoje, líderes de todas as etnias dasaldeias da região devem se reunir para definir uma posiçãounificada.Até a publicação destareportagem, a Agência Brasil não havia conseguidoentrar em contato com os líderes dos protestos realizados emDourados.