Luana Lourenço
Enviada Especial
Belém (PA) - Algumas propostasdebatidas no Fórum Social Mundial (FSM) vão sair deBelém e chegar a Copenhague (Dinamarca), palco da próximareunião da Organização das NaçõesUnidas (ONU) sobre mudanças climáticas, em dezembro. Emuma das assembléias temáticas realizadas hoje (1º),último dia do megaevento, os participantes combinaram umchamado global por justiça climática como forma depressionar os líderes mundiais para que contenham oaquecimento global.“Para nós aluta por justiça climática e por justiça socialé a mesma luta. É uma luta pelos territórios,pela soberania, pelos direitos indígenas, por distribuiçãomais justa da riqueza do planeta”, aponta o documento finalaprovado pelo grupo.Entre as açõespráticas combinadas, estão a organizaçãode campanhas globais para alertar sobre os impactos do aquecimento doplaneta sobre as populações, a criação deuma rede de informações de organizaçõesda sociedade civil sobre mudanças climáticas e atéum protesto simultâneo contra alguma corporaçãomultinacional.O documento critica auso de mecanismos de mercado somo soluções para oenfrentamento do aquecimento global, principalmente o chamado omercado de carbono, mecanismo de compensação deemissões de gases de efeito estufa . “Mais uma vez, aspessoas que criaram o problema estão dizendo que podemresolvê-lo. Não são soluções reais,são ilusões neoliberais”.As alternativas,segundo as propostas do Fórum sobre mudançasclimáticas, devem valorizar o conhecimento dos povos indígenase comunidades tradicionais. “As soluções verdadeiras estão sendo construídas por quem vive a terra e sãoessas [soluções] que temos que globalizar”.Para o estudante eativista ambiental André Braga, a articulação,durante o Fórum, vai ampliar a participação degrupos geralmente excluídos do debate sobre mudançasclimáticas, além de organizar a pressão sobre oslíderes que representarão os países emCopenhague.“As mobilizaçõestêm que ser descentralizadas, tem que ter gente de todos oslugares, de todas as etnias, os povos indígenas tem queparticipar. Se fôssemos depender somente dos nossos ministros,não teríamos nenhuma representatividade. O queremosaqui é forçar para que os ministros nos ouçam erepresentem realmente a nossa vontade na reunião da ONU”.