Aumento da exportação para Norte da África depende de melhoria de transporte

01/02/2009 - 10h52

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasil, Salin Taufic Schahin,diz que a falta de linhas diretas aéreas ou de navegaçãoentre Brasil e países do Norte da África pode retrair o avanço dasnegociações para aumentar o comércio do Brasil com aquela região.Segundo ele, essa foi a principal queixa de empresários que integrarama delegação brasileira que visitou, na última semana, países como Líbia, Argélia,Tunísia e Marrocos em busca de novos parceiros comerciais.Atualmente,as exportações de mercadorias e equipamentos do Brasil para o Norte daÁfrica fazem conexão na Europa, elevando o custo da transação comercial. “ACâmara vem tentando há vários anos convencer as empresas aéreas acriarem vôos regulares para o Norte da África. Mas elas dizem que arelação custo benefício não compensa porque a demanda é muito baixa.Agora, depois dessa missão, que confirmou a possibilidade de novosnegócios, vamos voltar a insistir com as companhias aéreas e também comas empresas de navegação”, disse.Para Schahin, o fluxo de comérciodo Brasil com o Norte da África pode aumentar neste momento em que aEuropa e os Estados Unidos tentam se recuperar da crise financeira queatingiu seus mercados. “Aqui no Brasil também fomos atingidospela crise, só que numa escala bem pequena devido às políticasmacroeconômicas, fiscal e monetária adotadas pelo governo e queprotegem o nosso sistema bancário. Então, temos que aproveitar aoportunidade que temos uma economia forte e tentar chegar a outrosmercados para ampliar nossas exportações.”O empresário DeonísioPetry, do setor de logística e que também fez parte da delegaçãobrasileira na viagem ao Norte da África,  informou que a falta delogística e infra-estrutura eficientes nos portos e aeroportos aumentamem 35% o custo das transações comerciais de importação e exportação noBrasil. “Os empresários têm que ter habilidade profissional para contornar os entraves burocráticos e minimizar os impactos negativos da negociação”, reclamou.Petrydestacou, ainda que este problema de falta de infra-estrutura de transporte acontece em vários outros países da América Latina. Para ele, aAlemanha é o país com a melhor estrutura aeroportuária e também com omelhor sistema alfandegário.