Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mesmo com a crise financeira internacional, o Tesouro Nacional vai manter uma política de emissão de seus papéis no mercado externo para que as taxas de juros sirvam de parâmetros nas operações feitas pelo setor privado. “Nossasemissões internacionais tem sido feitas com o objetivo de ter custobaixo para o Brasil, felizmente, tem sido alcançado. Muitos países comgrau de risco menor que o nosso não têm tido o mesmo resultado e nossasemissões tem sido muito bem recebidas”, disse o títular da Secretaria do Tesouro Nacional, Arno Agustin. De acordo com osecretário do Tesourou, as emissões de títulos públicos na primeirasemana no ano tiveram bom desempenho e vão ser mantidas. Asemissões , segundo ele, contribuem para que asempresas brasileiras tenham maior captação externa a custos maisbaixos. “Fizemos uma emissão no início do ano e faremos outras semprecom esse objetivo”, disseArno Agustin disse que as emissões de papeís no mercado internas também mostram, no início de 2009, uma evolução positiva comredução de taxas. "Acreditamos que, ao longo do ano, com uma melhoria no mercado, venhamos atingir o objetivo do país passar a terum custo cada vez menor e o nível de risco cada vez menor".Mesmo com a crise econômica internacional, que provocou alta volatilidade dos mercados em todo o mundo, o Brasil consegui reduzir seu endividamento líquido em relação ao Produto Interno Bruto em 2008. De acordo com o Relatório Anual da Dívida Pública Federal divulgado hoje (29), o volume da dívida brasileira ficou em 36% do PIB no ano passado, bem abaixo dos 41,4% estimado inicialmente pela equipe econômica. O estoque da dívida pública federal ficou em R$ 1,360 trilhões em dezembro de 2008. Agustin afirmou que o bom resultado, apesar do cenário de volatilidade, demonstra solidez da economia do país. “Tivemos um resultado muito positivo no ponto de vista do gerenciamento da dívida. A dívida líquida do Brasil caiu significativamente em um ano de turbulência mundial, que em anos anteriores fosse difícil de projetar. Os fundamentos foram testados e resistiram de forma muito positiva.”Para 2009, afirmou Augustin, a meta do Plano Anual de Financiamento da Dívida é manter o nível de risco baixo e uma redução de custo de dívida. “O ano de 2008 provou que o Brasil tem fundamentos sólidos, resiste e demonstra uma capacidade de melhoria de gerenciamento de dívida em tempos difíceis como foi 2008. Achamos que é importante que cada vez mais as melhorias de fundamento do país se reflitam em uma dívida pública com o menor custo possível”, argumentou o secretário.O Tesouro Nacional adotou, nos últimos quatro anos, uma estratégia de alongamento de papeís com vencimento do prazo médio e redução de papéis com vencimento em até 12 meses. O Tesouro promoveu uma mudançã gradual na composição da dívida, com manutenção dos títulos remunerados a índices de preços e prefixados maior que a participação de títulos indexados a juros e câmbio, por serem os dois últimos mais voláteis. Hojje 56,47% da dívida da União é prefixada ou atrelada a índices de preços e 43,53% à taxa selic e ao câmbio.