Globalização exige valores compartilhados e justiça, defende Tony Blair em Davos

29/01/2009 - 10h42

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oex-primeiro-ministro do Reino Unidoe atual enviado especial pela Rússia, União Européia,Organização das Nações Unidas (ONU) epelos Estados Unidos para negociações de paz no OrienteMédio, Tony Blair, afirmou hoje (29) que independentemente de qualo sistema regulatório a ser adotado na economia mundialhaverá sempre limites. Ao participar do Fórum EconômicoMundial em Davos, na Suíça, ele defendeu ainda maiorreflexão de valores a serem compartilhados e que independem dosistema financeiro vigente.

“Este éum mundo novo, mas temos aprendido uma lição muitoantiga, que é a de que os valores importam. Confiança,transparência, abertura e um espaço onde há umaidéia de que o sistema finaceiro está a serviçode uma economia mais aberta e de que uma economia mais aberta estáa serviço de uma comunidade mais aberta, no lugar do sistemafinanceiro como sendo o fim da linha. É uma liçãoantiga, mas que reaprendemos dolorosamente”, disse Blair.

Durante opainel denominado Os valores por trás do mercadocapitalista, ele lembrou que a atual crise financeira mundialapresenta impactos globais e que parte do problema é que aintegração econômica no mundo está àfrente da capacidade política dos países de expressartal integração em alianças.

Blairavaliou que seria “bizarro” que o mundo entenda o G8 – grupo das sete maiores economias mais a Rússia –como um espaço no qual as lideranças econômicas sereúnem e decidem assuntos estratégicos. “A nãoser que envolvesse um maior número de países doque simplesmente os atuais membros”, afirmou.

Eledestacou como um dos pontos mais importantes para a recuperaçãoda economia norte-americana e, conseqüentemente, da economiaglobal, é que os Estados Unidos e a China alcancem “o corretorelacionamento estratégico”.

“Precisamosde objetivos e valores compartilhados. A globalizaçãonão pode funcionar se não for baseada em valorescompartilhados e que precisam ter o componente da justiça. Sequisermos ir para frente, teremos que nos preocupar não apenascom um mundo próspero, mas também com um mundo justo”,finalizou.