Febraban refaz conta do BC e diz que spread bancário está diminuindo

29/01/2009 - 18h23

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou um estudo para demonstrar que o spread bancário (diferença que os bancos cobram entre a captação e a concessão do empréstimo) obtido pelas instituições financeiras foi inferior ao apresentado no relatório de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro, do Banco Central (BC).De acordo com o BC, o spread fechou 2008 em 30,6% ao ano, enquanto a Febraban, aplicando uma metodologia diferente de cálculo, apresenta um resultado de 22,5% - uma diferença de 8,1 pontos percentuais. O estudo da federação dos bancos, assinado pelo economista-chefe da instituição, Rubens Sardenberg, argumenta que a diferença de resultados se dá porque as operações de crédito utilizadas pelo BC para medir o spread médio representam apenas parte (45,5%) do total das operações de crédito. O BC só calcula o spread dos empréstimos dos chamados "recursos livres" e exclui as operações de crédito obrigatório (rural, habitacional) que têm juros subsidiados.Segundo a Febraban, a metodologia do BC não levou em conta operações de leasing para pessoa física, crédito habitacional, repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), crédito rural e leasing para pessoa jurídica.A Febraban reafirma em seu estudo que os spreads vêm declinando de forma consistente ao longo dos últimos anos e que a queda reflete um conjunto de fatores, com destaque para estabilidade macroeconômica, ganhos de eficiência e escala, e melhoras no quadro regulatório.Segundo a entidade, a elevação dos spreads a partir do segundo semestre de 2008 foi provocada pela crise financeira internacional. A Febraban ressalta que alta está relacionada à redução da oferta de crédito e à expectativa de aumento da inadimplência.