Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As pequenas empresas brasileiras ainda devemsentir de maneira mais relevante os efeitos da crise econômicaque vem derrubando empregos em todo o mundo. De acordo com o gerentede pesquisa da Confederação Nacional das Indústrias(CNI), Renato da Fonseca, o que ocorreu é que as grandesempresas industriais sentiram primeiro os efeitos da crise por causada queda nas exportações. “Não significa que as pequenas empresasnão sentiram nada, apenas que as grandes sentiram maisfortemente os efeitos até aqui. Mas as pequenas tambémvão sentir porque muitas delas fornecem para as grandes, elasestão na cadeia de produção”, disse. Segundoele, esses efeitos devem aparecer para os pequenos empresáriosainda neste primeiro trimestre de 2009. A falta de demanda e a inadimplência dosclientes estão entre os principais problemas citados pelosindustriais, ao lado da alta carga tributária, que,historicamente, é indicada como item número um nosentraves para o crescimento da indústria. As empresas de todosos portes se mostraram satisfeitas com a situaçãofinanceira, mas insatisfeitas com a margem de lucro, e reclamaram dadificuldade de acesso a crédito. Os setores de atividade que mais estãosendo afetados são o de veículos automotores,metalurgia básica, couros e borracha. Todos ficaram com osindicadores de crescimento abaixo de 30 pontos. O indicador vai de 0a 100, e a partir de 50 pontos o setor apresenta crescimento. “As medidas para aumentar a venda de automóveisnão vão atingir necessariamente a indústria deveículos automotores como um todo, já que existem aspeças que são vendidas separadamente”, afirmou. Os setores de bebidas, limpeza e perfumaria, alémde vestuário foram os únicos que apresentaramcrescimento, com indicadores acima de 52 pontos. Ainda segundoFonseca, esse crescimento tem influência sazonal, já queo período que antecede as festas de fim de ano favorece acompra de bebidas e roupas.