Israel nega ter usado fósforo branco na ofensiva contra Gaza

23/01/2009 - 18h33

Da Agência Brasil

Brasília - O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores deIsrael, Yigal Palmour, afirmou  à BBC que, até o momento, um  inquérito interno não encontrou provas paraapoiar acusações de que explosivos à base de fósforo branco foram usados contra civis durante a ofensiva israelense na Faixa de GazaGrupos de direitos humanos e jornalistas dizem que asubstância foi usada em áreas civis lotadas, segundo a BBC. A Anistia Internacional confirmou, na segunda-feira (19), ter detectado o uso de fósforo branco, o que é ilegal. O fósforobranco queima a pele, deixa feridas graves e sua inalação ouingestão pode levar à morte.Usar o fósforo branco para incendiar alvos militares estásujeito a restrições do Protocolo sobre a proibição ou limitação do uso dearmas incendiárias, segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). O uso dessa armas contra qualquer alvomilitar dentro de concentração de civis é proibido.A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que sua sedefoi atingida por fósforo branco durante a ofensiva, provocando um incêndio quedestruiu grande parte de seus suprimentos de ajuda. Segundo a Reuters, oSecretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que espera de Israel umaexplicação completa sobre o atentado contra as instalações da ONU em Gaza,incluindo escolas utilizadas como abrigos. Israel e Hamas declararam cessar-fogo no últimodomingo (18). Na quarta feira (21), Israel concluiu a retirada de suastropas da Faixa de Gaza.O chefe humanitário da ONU,John Holmes, disse hoje ementrevista à BBC que a situação em Gaza, depois de três semanas de ofensivaisraelense contra o Hamas, foi pior do que ele esperava.Holmes visitou a região ontem, e afirmou que o campo daatividade econômica foi atrasado por anos. "Isso é muito preocupante parao futuro da Faixa de Gaza, para o futuro do povo de Gaza, que é forçado aretroceder para o setor público, para o Hamas, que controla o setor público”, concluiu na entrevista à redebritânica. A reconstrução da região deve custarmais de US$ 2 bilhões, segundo o primeiro conselheiro da embaixada da Palestinano Brasil, Salah Alqataa.O presidente do CICV, Jakob Kellenberger, pediu que Israel, a Autoridade Palestina e o Hamastomem medidas imediatas para o fim da crise humanitária em Gaza. Segundo o CICV, o Ministério da Saúde deGaza informou que 1.400 pessoas foram mortas e mais de 5.600 foram feridasdurante o conflito, e cerca de 300 mil pessoas ainda não têm acesso à águaencanada e à rede de esgoto.