Bancada do PSDB se reúne na próxima semana para selar apoio a José Sarney

23/01/2009 - 17h40

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os senadores do PSDB têm reunião marcada na próxima quinta-feira(29) para decidir o apoio a José Sarney (PMDB-AP) à presidência do Senado Federal. Ontem, após voltar de viagem ao exterior, o líder ArthurVirgílio manteve encontros “informais” com o candidato do PMDB e com ocandidato do PT, Tião Viana (AC).Segunda-feira (26), Arthur Virgílio e o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), terãonovas conversas com os dois candidatos. Segundo o líder tucano, “o PSDBsabe que vai definir as eleições” e por isso já estabeleceu condiçõespara apoiar: quer duas cadeiras na mesa (1ª Vice-Presidência e 4ªSecretaria) e duas comissões permanentes (Assuntos Econômicos e Relações Exteriores e Defesa Nacional).Além de postos-chave,o PSDB quer que o futuro presidente do Senado mantenha a “independênciae soberania da Casa”, limite o recebimento de medidas provisórias edistribua as relatorias de acordo com “critérios matemáticos, doprimeiro ao milésimo projeto”, exigiu Virgílio.Na avaliação de AntônioAugusto Queiroz, analista político do Diap (Departamento Intersindicalde Assessoria Parlamentar) e do cientista político Leonardo Barreto,professor da Universidade de Brasília, os 13 senadores tucanos voarãojuntos e tendem a votar em José Sarney.Na perspectiva dos doisanalistas, a eleição do ex-presidente da República (1985-1990) aocomando do Congresso Nacional se dará por sua capacidade de aglutinaçãoentre parlamentares da oposição e da situação.“[José Sarney]não colocaria sua biografia em risco se não tivesse absoluta convicçãode que as condições estão dadas para se eleger e se eleger facilmente”,contabiliza Antônio Augusto Queiroz, que tem mais de 20 anos de acompanhamentoda atividade legislativa.A provável vitória de Sarney nãosofrerá resistência no PSDB nem do governador de São Paulo, José Serra.“Na medida que isso se apresenta como favas contadas, seria muitoarriscado o Serra se posicionar ao lado do perdedor”, raciocina oprofessor Leonardo Barreto. Além do poder de agregação, a vitóriade Sarney representa, junto com a de Michel Temer (PMDB-SP) na Câmarados Deputados, revés ao Partido dos Trabalhadores e trunfo da oposição:o PT ficará fora do comando das duas casas do Congresso. “O PSDB, juntocom os Democratas, não querem fortalecer o PT”, resumiu Queiroz,do Diap.Caso o PSDB consiga ocupar os postos pretendidos, osenador Tasso Jereissati (CE) deverá ficar com a Comissão de AssuntosEconômicos; Eduardo Azeredo (MG) terá o comando da Comissão de Relações Exteriores, e Marconi Perillo (GO) ocupará a 1ª vice-presidência.