Prefeitura inicia “choque de ordem” no Rio de Janeiro

05/01/2009 - 12h02

Flávia Vilella
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Oestádio do Maracanã, na zona norte do Rio, foi o local escolhido peloprefeito Eduardo Paes para o início da Operação Choque deOrdem, hoje (5) de manhã. Com o objetivo decombater a desordem urbana, diversas ações foram desencadeadas emdiferentes bairros e contaram com 2.500 funcionários de dez órgãos daprefeitura, em parceria com o governo do estado. A prioridade doprimeiro dia foi o combate aos ambulantes informais, transporte pirata,construções irregulares, população de rua, publicidade não autorizada,desrespeito no trânsito e desordem nas praias.  O secretário especial de Ordem Pública, Rodrigo Betlem, responsável pela iniciativa, disse que a prefeitura não fará milagres, mas que será intransigentecom a informalidade e a ilegalidade.“Nós vamos estar na ruapermanentemente, atuando de forma extensiva para viabilizar a cidade doRio de Janeiro. Sem ordem não dá. É impossível viver em uma cidade emque as leis não são respeitadas”. Ele informou que o horário detrabalho da guarda municipal será estendido das 18h para as 21h eque os moradores de rua terão a opção de ir para um abrigo daprefeitura ou de circular. “Só não podem ocupar o espaço público eprejudicar os outros cidadãos”. No centro da cidade, foramapreendidos ônibus piratas e veículos sem vistoria do Detran. Na orla,os alvos foram os ambulantes irregulares que ocupam as calçadas. ATijuca, zona oeste da cidade, contou com 120 homens fiscalizando asprincipais ruas do bairro e estava livre de camelôs. No entanto, poucashoras depois do início da operação, a poucos metros de um grupo daguarda municipal, moradores de rua dormiam na calçada da Praça SaensPeña, centro comercial do bairro, e guardadores de carro atuavamirregularmente nas ruas transversais. Moradora do bairro, DivaLeão não estava sabendo da operação e não notou diferença nas ruas aosair de casa, mas afirmou que melhorias na cidade são semprebem-vindas.  Já o pipoqueiro Antônio Jorge, de 80 anos, recebeu a notíciacom ceticismo: “Eu era garoto e já ouvia essa história de acabar comcamelô, com jogo de bicho. Estou virando garoto novamente, vou morrer eeles continuam dizendo que vão acabar com isso”. Amanhã (6), as ações se concentrarão no centro da cidade para coibir o comércio ilegal de ambulantes.