Ônibus de São Paulo e Rio de Janeiro já circulam com diesel menos poluente

05/01/2009 - 18h58

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A primeira fase do acordo judicial firmado entreMinistério Público Federal (MPF), empresas e órgãosfederais para redução do nível de enxofre dodiesel vendido no país está sendo cumprido. De acordocom os sindicatos de empresas de transporte coletivo de SãoPaulo e Rio de Janeiro, os ônibus que circulam nas duas cidadesjá estão sendo abastecidos com um combustívelmenos poluente e com quantidade de enxofre 90% menor do que outilizado até o final de 2008.Segundo o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)firmado em setembro, a frota de ônibus das duas maiores cidadesdo país é primeira a usar o diesel menos poluente.Desde 1º de janeiro, eles não podem mais rodar com ocombustível tipo S500 - com 500 partes de enxofre por milhãode partes (ppm) de diesel. Só podem usar o diesel S50 - com 50ppm de enxofre.Representantes da Federação dasEmpresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro(Fetranspor) e do Sindicato das Empresas de Transporte ColetivoUrbano de Passageiros de São Paulo (SP-Urbanuss) ouvidos hoje(5) pela Agência Brasil afirmaram que a exigênciaestá sendo cumprida. Segundo eles, apesar de toda polêmicaenvolvendo o assunto as empresas de transporte coletivo, mesmo nãotendo assinado o TAC, estão fazendo sua parte.“Os ônibus de todas as empresas jáestão rodando com o diesel S50”, garantiu o gerente deOperações da Fetranspor, Guilherme Wilson, referindo-seaos cerca de 7.500 ônibus, de 45 empresas cariocas detransporte coletivo urbano. “Agora, vamos analisar, ônibuspor ônibus, o quanto a mudança no combustívelreduziu a quantidade de poluentes emitidos”, informou.De acordo Guilherme Wilson, pesquisas realizadaspor algumas montadoras demonstram que o corte de 90% no nívelde enxofre causa uma queda de 10% a 40% da emissão departiculas poluentes. Esse material particulado, disse Wilson, estáentre as substâncias mais danosas ao ser humano emitidas pelosautomóveis, ônibus e caminhões movidos a diesel.“Ao que tudo indica, o abastecimento com dieselS50 está sendo feito”, complementou Carlos Alberto de Souza,diretor-executivo da SP-Urbanuss.Souza explicou que não foi possívelconsultar as 16 empresas filiadas ao sindicato para checar aadaptação. Afirmou, contudo, que seguramente a grandemaioria dos 8.400 ônibus da frota paulistana já usa odiesel com menos enxofre.O Ministério Público Federal, queacompanha o cumprimento do TAC, informou hoje que não hánotícias sobre desrespeitos aos termos do acordo. De acordocom a assessoria de imprensa do órgão, todossignatários do TAC - Associação Nacional dosFabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), AgênciaNacional do Petróleo (ANP), Petrobras e Ministério doMeio Ambiente - devem enviar relatórios sobre as açõestomadas para a adequação. Assim o MPF, poderámonitorar a questão.A Petrobras, responsável pelo fornecimentodo diesel, informou, em nota, que o abastecimento de diesel S50 éregular. Disse, entretanto, que o combustível estásendo importado para cumprimento do TAC.A ANP, que regula a distribuição decombustível no país, também informou que, atéagora, não há notícias sobre descumprimento doacordo. De acordo com a Agência, equipes de fiscalizaçãovão acompanhar o cumprimento de todas as fases do termofirmado.Segundo o Ministério do Meio Ambiente, aspróximas fases do TAC prevê para 1º de maio asubstituição de todo diesel vendido em Belém,Fortaleza e Recife. A partir de agosto, será a vez dasubstituição do diesel dos ônibus que rodam emCuritiba.