Pesquisa aponta que 76% dos caminhoneiros brasileiros buscam sexo nas estradas

03/01/2009 - 16h28

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Umapesquisa realizada pela Faculdade de Ciências da Saúdeda Universidade de Brasília (UnB) aponta que 76% doscaminhoneiros brasileiros buscam sexo nas estradas.  De acordo com o responsável pelo estudo, professor EliasMarcelino da Rocha, poucos são os que procuram os centros de sáude, apesar da alta exposição a doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).“Percebemosque esses profissionais não estão cuidando devidamenteda saúde”, avaliou Rocha, em entrevista ao programa AmazôniaBrasileira, da Rádio Nacional da Amazônia.Ele destacou que a própria profissão de caminhoneirodificulta os cuidados, uma vez que o profissional passa a maior partedo tempo viajando em veículos de grande porte, que circulam poucos nos perímetros urbanos, onde está a maioria dos postos de saúde e hospitais.

Apesquisa entrevistou 240 caminhoneiros de todo o Brasil, com foco nos estados de Rondônia, Goiás, MatoGrosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e SãoPaulo. Rocha afirmou que, além da solidão e dadistância das suas mulheres, o machismo também tem papelforte na procura por sexo nas estradas por caminhoneiros brasileiros.

“Ohomem acha que precisa provar sua masculinidade e sua virilidade eisso leva à  procura de sexo durante o período deviagem. Em contrapartida, as profissionais do sexo estão embusca de dinheiro. Esse motorista acaba cedendo a essasoportunidades”, disse.

De acordocom o professor, os dados indicam que a maioria dos caminhoneiros queprocura sexo nas estradas usa medidas de prevençãoàs DSTs. No entanto, quando estão em casa com as suas mulheres, eles não utilizam preservativos. “Da mesma forma que esse homem passou vários diaspela estrada, na ausência de sexo, a mulher também ficouem casa. Há a mesma possibilidade dessa mulher ter seenvolvido com outras pessoas e, por isso, é preciso usar o preservativo”, ressaltou Elias.

Apesquisa aponta que 33% dos caminhoneiros já apresentaramalgum tipo de DST, mas que o percentual se refere, em grande parte doscasos, à blenorragia – doença conhecida comogonorréia e que o maior receio dos caminhoneiros é emrelação às transmissão do vírusHIV.

“Se não estiver consciente sobre essa questão da prevenção,ele pode estar buscando o prazer sexual nas estradas e sersurpreendido por uam DST. “Implantamos, em Rondônia, oprojeto Viva Bem, Caminhoneiro onde atendemos em um posto de gasolinano período da noite, quando eles param para descansar. Fazemosa verificação da pressão e estamos levandoprofissionais de vários cursos, enfermagem, medicina, educaçãofísica para que eles possam se preocupar um pouco mais com asaúde.”