Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A expansão doseguro rural no país pode ser uma das fórmulas paraacabar definitivamente com os recorrentes processos de renegociaçãoda dívida agropecuária que tanto desgastam produtores,Congresso e governo. A avaliação é do diretor dodepartamento de Gestão de Risco Rural do Ministério daAgricultura (Mapa), Wellington Soares de Almeida, que acredita que, assim como aconteceu na Espanha - onde todos osprodutos foram segurados e o governo foi proibido de ajudar aquelesagricultores sem seguro - a medida pode dar certo também no Brasil.“Para os bancos émuito bom porque não lhes interessa ficar renegociandodívidas. Para o governo é um achado porque, na medidaem que o produtor faz o seguro rural, o governo vai deixando de sepreocupar com essas constantes renegociações eprorrogações de dívidas. Quando o seguro ruraltiver massificado, tiver mais consciência do produtor rural quanto a essa necessidade, essas constantes renegociações dedívidas que envolvem o governo e o Congresso vãodesaparecer naturalmente”, afirmou Almeida, em entrevista concedidahoje (25) ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.Para ele, a implantaçãomaciça do seguro rural, que protege o produtor contra perdas relacionadas principalmente a eventos climáticos, é uma questão de cultura evirá com o tempo. Na Espanha, o seguro rural, que hoje já é utilizado de formapraticamente integral, começou a ser implantado há 30anos. Almeida lembra que o seguro de carros no Brasil tambémera pouco utilizado há três décadas e hoje já estámassificado. Nos últimos anos, a subvenção dogoverno federal destinada a apoiar o seguro rural feito pelosprodutores vem crescendo a taxas elevadas, passando de R$ 31 milhõesem 2006 para R$ 67 milhões no ano seguinte.“Em 2008,disponibilizamos às seguradoras R$ 160 milhões e elasjá nos solicitaram recursos adicionais de R$ 20 milhões,o que prova que o produtor começa a se interessar, começaa ver que a agricultura tem um risco e ele está procurando seproteger”, avaliou o diretor. O subsídio pago peloMinistério da Agricultura tem o objetivo de reduzir o custo doseguro e torná-lo mais acessível a todos osprodutores.Para fazer o segurorural, o produtor deve estar em dia com suas obrigaçõesfiscais. A subvenção para os agricultoresvaria de 40% a 60% do valor total do seguro por cultura, com limite de R$ 32mil. Nos seguros pecuário, florestal e aqüícola, olimite é o mesmo, representando 30% de subsídio.Atualmente há 75 produtos beneficiados pelo Programa deSubvenção ao Prêmio de Seguro Rural (PSR).O segurorural pode ser contratado em qualquer seguradora autorizada pelaSuperintendência de Seguros Privados (Susep), entidadevinculada ao Ministério da Fazenda que normatiza e fiscaliza omercado segurador. Para mais informações, o diretor indica o site do ministério(www.agricultura.gov.br)ou o telefone (61) 3218-2649.