GSI arquiva processo sobre suposta participação de agentes da Abin em escuta telefônica

19/12/2008 - 18h39

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da Repúblicaarquivou processo que investigava se funcionários da Agência Brasileirade Inteligência (Abin) teriam realizado escuta telefônica ilegal deautoridades, como uma conversa entre o presidente do Supremo TribunalFederal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).Deacordo com nota da assessoria de comunicação do GSI, não há provas departicipação dos agentes em grampos telefônicos ilegais. O órgão pôsfim ao processo seguindo proposta da comissão de sindicância abertapara investigar o caso.“Em razão da ausência de indícios darealização de escutas telefônicas ou outras modalidades de quebra desigilo de comunicação, clandestinamente ou não, pelos servidores queparticiparam do apoio da Abin às ações do Departamento da PolíciaFederal na Operação Satiagraha, a Comissão de Sindicância resolveuencerrar os trabalhos propondo o arquivamento dos autos, o que foiacatado pelo ministro-chefe do GSI [general Jorge Armando Félix]”, diza nota. Conforme o GSI, a comissão ouviu 84 servidores,inclusive os agentes que apoiaram a Operação Satiagraha, da PolíciaFederal, em que foi preso  o banqueiro Daniel Dantas.Na nota, oGSI lembra que laudos do Exército e do Instituto Nacional deCriminalística da Polícia Federal constataram que os equipamentos devarredura da Abin “não são capazes de realizar escutas telefônicas emsistemas que empregam tecnologia digital atualmente em uso”. “Nãose tornaram públicas, ainda, informações de que tenha sido apresentadoao Ministério Público Federal ou à Polícia Federal o material contendoa gravação da suposta interceptação ilegal, bem como inexistem, até omomento, notícias que apontem nomes de servidores da Abin comosuspeitos”, completa a nota.