Redução do IPI para automóveis começa a surtir efeito positivo, diz Fenabrave

15/12/2008 - 19h19

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A reduçãodo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), anunciada na últimasemana pelo governo federal, deu novo ânimo à venda deautomóveis no varejo. A afirmação foi feita hoje(15) pelo presidente do Conselho da Federação Nacionaldas Distribuidoras de Veículos Automotores (Fenabrave), SergioAntonio Reze. A movimentação no fim de semanafoi muito grande nas concessionárias de veículos, disseReze, que, no entanto, considera prematuro falar em retomada dasvendas. “Isso interrompe a queda. Até quarta-feira (10),estávamos com queda de 7% em dezembro em relaçãoao mesmo período de novembro, o que reafirmava aquela situaçãodifícil que estávamos vivendo desde outubro”, afirmouReze, em entrevista à Agência Brasil.Asmedidas adotadas pelo governo permitiram que, a partir de sexta-feira(12), "as coisas voltassem a fazer aquele barulho que estávamosacostumado a ver”, acrescentou Reze. Para ele, esse movimento sedeve também aos pacotes feitos pelas montadoras no fim desemana. “Além dos 7% do IPI [Imposto sobre ProdutosIndustrializados] de redução do preço, elas[montadoras] continuaram dando bônus. E a isso se somouuma publicidade promocional maciça em torno dessas açõesde venda, o que trouxe uma movimentação muitogrande.”O representante da Fenabrave ressaltou que aindanão dispõe de números concretos ou gráficosque atestem o movimento dos últimos dias, mas adiantou que háuma expectativa positiva de resultado melhor.O aumento damovimentação nas concessionárias não devealterar, porém, as projeções da Fenabrave. Para2008, o crescimento esperado para as vendas gira em torno de 13% a14%, e é provocado pelo aquecimento do mercado registrado atésetembro. “Apesar de outubro, novembro e dezembro serem tudo issoque a gente já conhece, ainda tivemos crescimento em relaçãoa 2007.”Para 2009, a visão não é amesma. O setor prevê retração de cerca de 19% nofaturamento. Reze disse que, no primeiro trimestre do próximoano, a Fenabrave deverá ter condições de umaavaliação mais precisa para o resto do ano. Se asmedidas tomadas até agora continuarem levando os consumidoresaté as lojas, se os bancos seguirem financiando e se o governocumprir a promessa de trabalhar para que a crise mundial chegue aoBrasil com menos intensidade, a economia começará aandar com mais propriedade, afirmou. “É a nossa esperança.”