Mais de 30% das cidades tinham economia dependente da administração pública em 2006

16/12/2008 - 0h54

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Mais de 30% dos municípios brasileiros apresentavam, em 2006, uma economia dependente em mais de um terço dos serviços que integram a administração pública. A constatação faz parte da pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios brasileiros, divulgada hoje (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o estudo, essa era a realidade de 32,7% das cidades, como Uiramutuã (RR) e Poço Dantas (PB). Nesses locais, destacados pelo IBGE, o peso da administração pública na economia chegava a 78,5% e 71%, respectivamente. Esses valores são bastante superiores à média de todo o país, de 13,1%.O levantamento aponta ainda que em Roraima a administração pública teve peso superior a 37% em todos os municípios. No Amapá, esse valor adicionado também foi superior a 35% em todas as cidades, com exceção de Serra do Navio (15,6%).Na análise por capitais, o estudo revela que em 15 delas o peso da administração pública foi inferior ao nacional. Já no topo do ranking de capitais com economia mais dependente do setor aparece Brasília, tendo 49% do valor adicionado no PIB proveniente da administração pública.Em seguida, aparecem Boa Vista (RR), com 39,5% de peso dessa atividade no PIB, e Macapá (AP), com 39,4%. Na base do ranking, figurando como a capital que menos depende economicamente da administração pública, está Vitória (ES), onde o setor é responsável por apenas 4,3% no PIB municipal. Em seguida vêm São Paulo (SP), com 5,5%, e Curitiba (PR), onde a administração pública pesa 6,9% na economia. A pesquisa do IBGE também traz informações sobre o valor adicionado dos serviços na economia. De acordo com o levantamento, não houve modificações importantes no período de 2002 a 2006. Ao longo desses anos, a concentração nas capitais continuou alta, representando 40,3% em 2006. No mesmo ano, dos 36 municípios que detinham metade do valor adicionado dessa atividade, 16 eram capitais. Por outro lado, 1.362 cidades respondiam por apenas 1%. O levantamento aponta concentração também na agropecuária. Em 2006, enquanto 186 municípios agregavam aproximadamente 25% do valor adicionado dessa atividade, outros 651 eram responsáveis por 1% do total.