Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Analistas de mercado reduziram pela segunda semana seguida a projeção para a taxa básica de juros, a Selic, ao final de 2009. A projeção caiu de 13,25% para 13% ao ano. Os dados foram divulgados hoje (15) no boletim Focus, publicação semanal baseada em pesquisa do Banco Central feita com analistas de mercado sobre os principais indicadores da economia.Entretanto, os analistas não esperam a redução da Selic já no início do ano, nos dias 20 e 21 de janeiro. A expectativa é que na primeira reunião de 2009 do Comitê de Política Monetária (Copom) os juros básicos sejam mantidos em 13,75% ao ano. A Selic é usada pelo Banco Central para frear a alta dos preços, mas analistas acreditam que o menor crescimento da economia em 2009 gere redução de inflação. Segundo o boletim Focus, a projeção para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto - PIB) em 2008 passou de 5,24% para 5,59%, depois da divulgação na última semana de que o PIB do terceiro trimestre deste ano cresceu 6,8%. Para 2009, no entanto, os analistas esperam que os efeitos da crise financeira internacional no Brasil sejam mais fortes e por isso mantiveram a projeção de 2,5% de crescimento do PIB. Para o crescimento da produção industrial neste ano, eles reduziram a expectativa de 5,47% 5,37%. Em 2009, a projeção também foi reduzida de 3,05% para 3%.Quanto ao dólar, que também pode gerar inflação por conta do encarecimento do investimento e dos produtos importados, os analistas mudaram a projeção para a taxa ao final deste ano de R$ 2,27 para R$ 2,30 e para o fim de 2009 mantiveram a estimativa de R$ 2,20.A expectativa para o superávit comercial (saldo de exportações menos importações) neste ano subiu de US$ 23,80 bilhões para US$ 24 bilhões. Para 2009, a projeção foi mantida em US$ 14 bilhões.Os analistas reduziram a expectativa de déficit em conta corrente (todas as operações do Brasil com o exterior) em 2008 de US$ 30 bilhões para 29,1 bilhões e mantiveram a estimativa de US$ 30 bilhões no próximo ano.A projeção para o investimento estrangeiro direto (dinheiro que entra na parte produtiva da economia, a chamada economia real, gerando emprego e renda) em 2008 é mantida em US$ 35 bilhões há 12 semanas, mas, para 2009, a estimativa foi reduzida de US$ 24 bilhões para US$ 22 bilhões. Para este ano, os analistas projetam a dívida líquida do setor público em 37,45% do PIB, ante a expectativa anterior de 38%. Para 2009, a projeção foi alterada de 37,76% para 37,2%. Quanto menor a relação entre dívida e PIB, maior é a confiança do investidor na capacidade do Brasil de honrar seus compromissos.