Danilo Macedo*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse hoje (10), apósreunião com o ministro de Assuntos Estratégicos,Mangabeira Unger, que o governo definiu a agricultura como uma áreadinâmica para o desenvolvimento. Stephanesafirmou, entretanto, que, para isso, é importante reformularas ações adotadas. “Tem de reestruturar praticamentetodas as medidas e a política agrícola que hojesustenta toda a agricultura brasileira, cujo modelo já está esgotado.”Os doisministros fizeram hoje a primeira reunião com representantesdo setor agropecuário para traçar um plano consistentede desenvolvimento do setor no país. Mangabeira destacou ospontos principais para que a agricultura faça da crise umaoportunidade. “Discutimos aqui uma grande obra físicaque passa pela recuperação de terras degradadas, umaobra institucional de reorganização dos nossos mercadosagrícolas para fortalecer os produtores diante dosfornecedores e dos compradores capitalizados e um conjunto de medidasemergenciais para transformar a crise numa oportunidade detransformação e soerguimento da agricultura brasileira.Com isso, nós vamos para o lugar número 1 daagricultura do mundo”, relatou.Ele apontou aspotencialidades do país para consolidar essa posiçãode destaque: “No nosso país podemos dobrar a área decultivo e triplicar nosso produto agrícola em pouco tempo, semtocar uma única árvore. Com nossas condiçõesde sol, solo e água, podemos ocupar um lugar preeminente naagricultura do mundo, mas, para isso, precisamos terprojeto.”Durante a reunião, cerca de duas dezenas deparlamentares da bancada ruralista e representantes de cooperativas eempresas agrícolas expuseram suas críticas e propostasàs ações do governo para o setor.Entreas principais reivindicações estão a reforma nosmodelos de financiamento e a construção de umainfra-estrutura eficaz para o escoamento da produção.Atualmente, os bancos estatais financiam cerca de um terço dasafra, mas, com a saída das multinacionais do mercado, devidoà crise financeira, os produtores pedem que o governo aumentesua participação. As multinacionais financiavam outroterço da safra.