Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Mais de cem representantes sindicais de metalúrgicos reconheceram hoje (10) o risco que a crise internacional traz para amanutenção dos empregos da categoria e resolveram cobrar medidas urgentes paraevitar a dispensa de trabalhadores.Em reunião realizada em São Paulo, membros da ConfederaçãoNacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), da Confederação Nacional dosMetalúrgicos (CNM) e de outras 17 entidades sindicais de todo país decidiram convocarempresas e governo para discutir maneiras de manter o nível de emprego nos próximos meses.“A crise realmente chegou e companheiros de vários locaisrelataram que as demissões já começaram”, afirmou Clementino Tomaz de Vieira,presidente da CNTM, uma das entidades que organizou a reunião com os líderessindicais.“Amanhã mesmo vamos procurar os sindicatos patronais. Nasemana que vem, devemos procurar o governo para discutirmos alternativas”,complementou Vieira, ressaltando que as soluções para o problema têm de sair dedebates entre governo, empresas e trabalhadores.Entre as propostas feitas por sindicalistas durante areunião, que durou todo o dia, estão: a exigência da manutenção de empregospara empresas beneficiadas por empréstimos concedidos por bancos estatais; apossibilidade de empresas renovarem contratos temporários mais de duas vezes; ea ampliação do seguro-desemprego. Não ficou definido, entretanto, quais delasserão reivindicadas prioritariamente pela categoria.No encontro ficou definido acriação de uma agenda de manifestações da categoria. Após os recessos de fim de ano, quando ostrabalhadores voltarem às suas atividades normais, protestos devem ser realizados em frente às fábricas, como forma de chamara atenção da sociedade para o tema.Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, a crise deve ser encarada com realismo. Segundo ele, metalúrgicas acumulam resultados positivos desde 2003 e, por isso, não devem demitir funcionários na primeira ameaça de desaceleração da economia. "Se as empresas começarem a demitir, aí entraremos em crise mesmo."