Indiferente a julgamento no Supremo, comunidade mantém rotina em Roraima

10/12/2008 - 13h06

Marco Antônio Soalheiro
Enviado Especial
Vila Surumu (Terra Indígena Raposa Serra do Sol) - A comunidade do Contão,a 30 quilômetros da Vila Surumu na Terra IndígenaRaposa Serra do Sol, não mudou sua rotina por causa dojulgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que irá decidir sobre a constitucionalidade da demarcaçãoda reserva em faixa contínua. A reportagem da Agência Brasil procuroupelo tuxaua (cacique) local e foi informada de que ele tinhaido pescar e não tinha hora para voltar.Alguns indígenasdemonstraram não saber que o julgamento estava acontecendo emBrasília. Em uma casa onde a televisão estava ligada,jovens assistiam um filme em DVD alheios à disputa fundiária.A esposa do tuxaua, Rosa Macuxi, demonstrou indiferença emrelação à futura decisão do Supremo. “Para nósnão faz diferença esses arrozeiros ficarem ou saírem.Nunca ajudaram a gente mesmo.”Apesar da queixa daindígena, a comunidade do Contão é ligada àSociedade dos Índios Unidos em Defesa de Roraima (Sodiu-RR),entidade cujas lideranças apóiam a permanênciados produtores de arroz em parte da reserva.No percurso entre aVila Surumu e a comunidade Contão está o local onde, emmaio, índios foram baleados por funcionários do produtorPaulo César Quartiero quando tentavam construir malocas noslimites da propriedade do arrozeiro. Ainda há no local algunsbarracões, mas não há nenhuma concentraçãode indígenas. Em uma das entradas da fazenda, há apenasum trator do produtor.