Com metas, desmatamento pode cair 70%, calcula Minc

01/12/2008 - 17h17

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As metasde redução de desmatamento da Amazônia, previstasno Plano Nacional sobre Mudança do Clima, lançado hoje(1°) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva podemreduzir a devastação da floresta em mais de 70% até2017 de acordocom o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.Segundo ele, se cumpridas as metas,o tamanho da devastação deve cair de 19 mil quilômetrosquadrados (média dos últimos dez anos) para cerca decinco mil quilômetros quadrados.

O Planoprevê metas escalonadas, com redução de 40% entre2006 e 2009 e quedas posteriores  30%, calculadas com base em novasmédias a cada quatro anos. “Com isso, a meta é que,em 2017, o desmatamento seja de cerca de cinco mil quilômetrosquadrados, redução de 72%. É uma meta maisousada do que a da Inglaterra, que prevê reduçãode 80%, mas até 2050”, comparou Minc.

Odesmatamento é a principal fonte de emissões de gasesde efeito estufa do Brasil, responsável por cerca de 75% dototal. É a primeira vez que o estabelecimento de metas para odesmate integra um plano governamental. No entanto, o própriodocumento informa que o cumprimento está sujeito acondicionantes.

“Aconsecução dessas reduções dependeránecessariamente de recursos nacionais e internacionais, novos eadicionais, em níveis correspondentes à dimensãodo problema”, diz o texto.

Alémdas metas para o desmatamento, o Plano confirma açõesapontadas na primeira versão do documento, apresentada emsetembro, entre elas medidas de eficiência energética,como a redução do desperdício nas linhas detransmissão de energia e o aumento da oferta de eletricidadeproduzida por co-geração, principalmente com o bagaçode cana-de-açúcar.

O aumentode 11% do uso do etanol nos próximos dez anos e antecipaçãode 2013 para 2010 da mistura obrigatória de 5% de biodiesel aodiesel estão entre as medidas do Plano. A substituiçãode cerca de 1 milhão de geladeiras que ainda utilizam gásCFC e a duplicação da área de florestasplantadas no país também são traçadoscomo objetivos do governo para o enfrentamento das mudançasclimáticas.

Asecretária de Mudanças Climáticas e QualidadeAmbiental do Ministério do Meio Ambiente, Suzana Kahn, acredita que o lançamento do Plano será comoum dever de casa que o Brasil levará à Conferência daOrganização das Nações Unidas sobreMudança Climática, que começou hoje na Polônia.

“Onosso [plano] é melhor que o da China e o da Índia efoi o único que teve consulta pública, e isso dáuma legitimidade muito maior”, comparou.