Cesta básica sobe menos em novembro e registra deflação em algumas capitais

01/12/2008 - 17h04

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O preço da cestabásica subiu menos em novembro do que em outubro, de acordocom pesquisa divulgada hoje (1º) pelo Departamento Intersindicalde Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).Apesar de terem sido verificadas altas em 11 das 17 capitais incluídas no levantamento mensal. Tambémem 11 cidades o índice de variação de preçosregistrado de outubro para novembro é menor do que o de setembro para outubro.Em Fortaleza (CE), porexemplo, a cesta básica subiu 2,23% em novembro, segundo aúltima pesquisa. Já no estudo anterior, a alta foi de8,07%, uma queda de 72% no índice de variação.Em outras capitais o valor dacesta, que havia subido em outubro, registrou deflação em novembro. Em Natal (RN),o índice passou de 7,99% para -0,09%. Já em Manaus, de5,79% para -0,20%.“A chuva foi boaneste ano”, disse o coordenador da pesquisa do Dieese, JoséMaurício Soares, justificando a queda no ritmo dos aumentos.“Foi possível plantar na hora certa, colher nahora certa e aumentar a área plantada. O empecilho foi o petróleo", disse.Segundo Soares, nãofossem os constantes aumentos no preço do petróleoregistrados no primeiro semestre do ano, o valor da cestabásica poderia ser ainda menor.O coordenador de pesquisa do Dieese afirmou tambémque, atualmente, o que mais atrapalha é a alta do dólar.Como alguns produtos têm seu preço determinado nomercado externo, a desvalorização do real acarreta naalta dos preços no Brasil. É o caso da carne, que subiu em 14 das 17 capitais, segundo a última pesquisa.De acordo com Soares, acarne, junto com arroz, tomate, pão e óleo de soja, sãoos cinco produtos com a maior alta acumulada no ano. Destes, três(carne, pão e óleo de soja) tem seu preçofortemente atrelado ao valor do dólar que subiu mais de 35% desde agosto.Para o Natal, contudo,Soares espera uma alta ainda menor. “Acho que vamos encontrar maisdeflações do que neste mês”, afirmou, citandoas seis capitais com índice de variação depreços negativo na pesquisa de novembro.Ainda de acordo com olevantamento, Vitória (ES) foi a capital com a maior alta nacesta básica: 5,90%. João Pessoa (PB) foi a queapresentou o menor índice: -1,40%.No acumulado do ano, acapital com a maior alta é Curitiba (PR), com 21,78% de alta.Belém é a capital com a menor: 4,46%.Porto Alegre (RS) éa capital com a cesta mais cara entre as 17 incluídas noestudo: R$ 239,00. Segundo o Dieese, levando em consideraçãoo valor da cesta e a determinação constitucional de queo salário mínimo deve suprir as despesas comalimentação do trabalhador e sua família, osalário mínimo na cidade deveria ser de R$ 2.007,84, ou seja,  4,83 vezes o valor atual (R$ 415,00).