MPF vai investigar desaparecimento de drogas e armas da Polícia Federal

25/11/2008 - 19h24

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Ministério Público Federal em São Paulo vai investigar irregularidades nos procedimentos da Polícia Federal (PF) no registro e armazenamento de drogas e armas apreendidas em sua superintendência no estado. As informações são da Procuradoria da República no Estado de São Paulo. A ação do MPF será focada nas ocorrências posteriores a 2003.O MPF verificou que 530 gramas de cocaína apreendidas no final de 2003 foram extraviados e que houve dois furtos de droga nas dependências da Polícia Federal em São Paulo. Também será alvo da investigação o desaparecimento, entre outubro de 2004 e maio de 2005, de armas e munições apreendidas em três diferentes inquéritos policiais; de 30 caixas de cigarros da marca Eight, apreendidos numa investigação de contrabando; e de um livro e um CD-Rom, enviados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pirataria à PF.“Todos os casos ocorreram na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo e já são alvo de apurações da própria PF. Entretanto chamam a atenção pela freqüência com que ocorrem, o que requer uma maior fiscalização sobre os procedimentos da PF quanto a guarda desses materiais”, afirma o texto da nota divulgada hoje (25) à imprensa pelo MPF.De acordo com o MPF, o caso do sumiço dos 530 gramas de cocaína é o que mais chama a atenção. A droga foi detectada numa encomenda por Sedex, que iria para o Canadá, por funcionários dos Correios e da Alfândega de Ribeirão Preto, em uma fiscalização de rotina em 30 de dezembro de 2003. A PF foi acionada, mas só lavrou a apreensão da encomenda em 7 de junho de 2004, em São Paulo, no cartório da Delegacia de Repressão a Entorpecentes.No entanto, não foi instaurado inquérito policial sobre o fato e o delegado-chefe da PF em Ribeirão só foi comunicado do caso em 19 de setembro de 2007, quase quatro anos após os fatos. Quando solicitou os dados da perícia no material apreendido, verificou-se que a droga havia sido extraviada das dependências da superintendência, na capital.