Da Agência Brasil
Brasília - O Brasil está maduro osuficiente para compreender a importância do combate à exploraçãosexual de crianças e adolescentes, embora a complexidade doproblema, juntamente com novos cenários do mundo moderno, como o acesso àinternet, imponha desafios a esse combate. Avaliação foi feita hoje (25) pela secretária-executivado Comitê Nacional de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças eAdolescentes, Neide Castanha, em entrevista à Rádio Nacional.Neide, que está no Rio de Janeiro, onde participa do 3º CongressoMundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças eAdolescentes, considera a situação atual do país, emrelação ao assunto, paradoxa.Ela destacou que, desde ainstauração da Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI) da Prostituição Infantil, em 1993, na Câmara dos Deputados, o Brasil vem buscando amobilização da sociedade e a responsabilidade dos poderes públicos para combate o problema. "Se comparado com outras iniciativas deoutros países, o Brasil é um dos países que, há mais tempo, saiudebatendo essa problemática", observou.Ela também citou o Plano Nacional de Enfrentamento à Exploração Sexual deCrianças e Adolescentes, criado no ano 2000. Segundo ela, o plano foi fruto da lutade diversas instituições e de setores do governo contra a exploração sexual de crianças e adolescentes, nos últimos 15 anos.Mas, apesar dos avanços, emdebates e movimentos que buscam envolver a sociedade na discussão por uma solução para o problema, asecretária revelou que o país ainda está longe de encontrar as soluções. Segundo ela, um dos principais motivos para o quadro atual é justamente a celeridade que o assunto exige para o seu enfrentamento. "Cresce, a cada dia, a consciência e o compromisso da sociedade e do PoderPúblico dizer não à exploração sexual. Ao mesmo tempo, são tão velozes asarmadilhas e as novas redes que vão atrás de roubar a sexualidade dessainfância, de usurpar da vulnerabilidade humana para fazer disso seunegócio e seu lucro, que nós temos, sim, que dobrar nossos esforços,convocar novos atores e segmentos para dizer que nós somos umasociedade que não vai tolerar esse tipo de violência", disse.Neide afirmou que, para manter as conquistas já realizadas, é necessário que apopulação não esqueça do assunto, colocando-a em pauta a todo instante.Segundo ela, é fundamental que a sociedade mantenha vigilância nocombate à violência. "Não podemos achar que estamos com a guerraganha", argumentou.O 3º Congresso Mundialde Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes começa hoje (25) e termina na próxima sexta-feira (28).